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domingo, 11 de dezembro de 2011

Bom Natal


O correio foi generoso e trouxe-me postais de Natal, com mensagens bonitas e calorosas. Assim que, as acolhi nas minhas mãos, ansiosas por novidades,  pude sentir os aromas do Natal e fiquei desejosa por mais.
O cheiro a lenha a arder, o cheiro do pinheiro de Natal , o cheiro a serrim e musgo, o cheiro a antiguidade do presépio, o cheiro a filhozes, rabanadas e demais perdições cheias de sabor, o cheiro a vinho quente, o cheiro a gente que vai preenchendo espaços, remeteram-me para um estado de felicidade familiar.
Que bom é sentir que, neste dia, tudo se transforma em bondade, afecto, carinho, generosidade, solidariedade e sentido de comunidade. Pena não podermos congelar esses momentos e fazê-los ressuscitar quando quisermos, noutros contextos que dele careçam.
Nossos espíritos alegram-se com a chegada desta época e engordam com tanto conforto e amor. Esquecemo-nos das amarguras e cedemos à magia do Natal, com toda a sua envolvência de paz e comunhão. Esta é a época ideal para nos manifestarmos e desentalarmos nossos melhores sentimentos e  verbalizá-los junto dos seus principais causadores. Reforçar laços é consolidar o amor e se for através de palavras, actos e confissões melhor ainda. As pessoas que amamos merecem saber e nós precisamos desabafar. Esta reciprocidade desinteressada que contagia o ambiente com sorrisos e gestos de muita cumplicidade, comovem-me e deixam muitas saudades, principalmente, quando tudo acaba e nossas Vidas, até ali suspensas, voltam a lutar na adversidade e a acumular amarguras.
O que entristece é que a continuidade deste espírito é comprometida com a pressão da realidade, que alimenta nossos individualismos exacerbados. A fantasia do Natal retira-lhe essa carga e torna-a mais leve e digerível.
Tudo é tão doce, aconchegante, encantador e irreal. Não precisamos representar. Somos nós mesmos, perante aqueles que sabem prezar-nos.
O Natal é aquela bolha de amor que nasce para rebentar quando o feitiço acaba.
O Natal é como o Amor, eterno enquanto dure.


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Nave Enterprise



E se de repente te informassem que teus dias na terra estão contados e partirias para outra galáxia, livre de impostos, com acesso gratuito a educação e saúde, com um mercado imobiliário protegido pela banca, que empresta com garantias de não abusar muito depois, sem crime, soalheira, com reformas antecipadas livres de penalizações, sem desemprego, sem mendicidade, sem vicíos, com uma política salarial vantajosa e muitos motivos para sorrisos. Parece tentador? De facto, com um panaroma destes, o que mais apetece é apressar a despedida. Mas e se essa despedida implicar abandonar as pessoas que amamos e que se aferroaram à nossa Vida e nós deixamos? Aí tudo muda, não é verdade? Nem aquilo que parecia tão tentador assume o mesmo encanto. 
Só de pensar, minha ansiedade dispara e a vontade de devorar uma pasta de chocolate obececa-me. Aquele barulho enrugado da prata a rasgar-se, ecoa na minha mente e não me deixa aclarar as ideias. Sei que se ceder a este capricho perderei o controle e não me ficarei por uma única dentada. Ou Tudo ou Nada. Nas minhas mãos vira nada. O arrependimento vem depois.
Afinal onde é que eu ia mesmo?
Ah sim, já me lembro. Existe a possibilidade, ainda mal esclarecida, de termos que partir sozinhos e deixar para trás nossas ligações afectivas.  Uma vez tomada essa opção talvez não possamos recuar. Só alguns foram convocados a transitar para esta nova e facilitada realidade, que nos afasta de todos os problemas que infeccionam a nossa sociedade. O meu presumido estado  de privilegiada, condiciona ainda mais a minha decisão de voltar as costas a quem já me estendeu a mão tantas vezes. Que palavras lhes dedicaria antes de me despedir, para lhes prestar a minha homenagem e impedi-los de duvidar do meu Amor por eles? Acho que por mais eficaz que seja a exposição das minhas razões, os imunizaria da dor de ser rejeitados por um futuro de sonho. A liberdade de decisão ajuda a estabelecer compromissos de responsabilidade. Se decidir prolongar minha circunavegação na terra, continuarei a gozar da companhia dos meus suportes emocionais e continuarei a enfrentar as dificuldades, próprias da Vida em directo. Se optar pelo comodismo de uma Vida, programada para me poupar chatices, então estarei comprometida com o egoísmo e a inércia. Uma e outra, estão para as nossa Vidas como o Míldio e o Oído estão para as videiras. Ambas, pragas de destruição.
Com tanta divagação, até já acabei com a tablet de veneno gustativo, que nem sequer careceu de apresentações.
O peso é desigual. O mundo dos afectos vale bem mais que a garantia de um futuro sem complicações. Se partisse para outra galáxia teria que ser numa enterprise familiar, com todos os spock's que preenchem o meu perímetro de proximidade emocional. Viagens sozinha, só aquelas até ao wc. Curtas e de grande alívio.


Acordei o mundo

Najla tinha muita dificuldade em dormir. No seu entender, a vida podia acabar se se deixasse adormecer. Uma convicção implantada, desde a m...