Mostrar mensagens com a etiqueta areia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta areia. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 7 de junho de 2011

O Mar enrola na areia



Céu limpo, sem nuvens, temperatura máxima de 27º, vento fraco, condições favoráveis à prática do "Praianismo" e gozar da liberdade que o Verão nos proporciona, para sair e conviver com a natureza. Cenário ideal para libertarmo-nos das pressões que a nossa participação activa na sociedade provoca. Mesmo que não pisemos a areia que se enrola nos nossos pés e não se descola, basta sentir a brisa marítima no rosto para sermos contagiados pelo espírito livre, que depressa encarnamos, com manifestações de descontracção e bem estar que se prolongam, deixando um rasto de felicidade que não causa indiferença.
Nosso corpo absorve todas as vibrações e energias daquele lugar, que nunca sai de moda e desperta interesse, até mesmo quando o sol não brilha e a tempestade está iminente. Há um enigma qualquer a ensombrá-lo, que o torna tão especial e apetecível. Nunca se sabe o que o mar nos devolve. Quais os segredos nele afundados. O seu encanto é tão grande, quanto o mistério que ele enterra. A sua condição de fenómeno faz-nos segui-lo para todo o lado, por onde ele se estende e por onde impera sua grandeza. Quantos de nós não se confessaram a ele em silêncio, se inspiraram nele, apaziguaram seus medos, suas inseguranças junto dele, se fortaleceram só de o admirar, se revitalizaram e a ele, continuam a recorrer para preencher um vazio qualquer. Os sons que emite penetram profundamente nas nossas almas, desesperadas por um suspiro de esperança. Quem tem o privilégio de tê-lo por perto não sofre de abandono nem de falta de esperança. Para alguns, continua a ser um luxo estar na sua presença, que outros banalizam e até desconsideram com seus abusos de cidadãos sem cultura cívica. Respeitá-lo implica preservá-lo e atribuir-lhe o seu estatuto de bem natural superior.
Novos e velhos reencontram seu passado bom naquele abrigo natural, onde todos os anos matam saudades. Retalhos de várias histórias estão condensados naquele livro granulado aberto para o mar, acolhimento de confidências.
Ocupa nosso imaginário, criando inúmeras fantasias inconfessáveis e que provavelmente fariam corar um albino.
Embalados pelas suas ondas, muitos arriscaram desafiá-lo mas foram sacudidos, para que não restasse dúvidas da sua supremacia. O seu ar sereno pode ser enganador e camuflar o seu mau feitio, tantas vezes provado por homens que nele procuram sustento. O seu poder é tão gigantesco, que as emoções suscitadas por ele, podem transitar da alegria à dor em instantes, deixando marcas indeléveis.
Quando ele faz rebentar seus bramidos altos é porque vem por aí carga negativa e só me resta desviar-me do seu caminho, para mais tarde voltar quando seu espírito serenar novamente. 

Acordei o mundo

Najla tinha muita dificuldade em dormir. No seu entender, a vida podia acabar se se deixasse adormecer. Uma convicção implantada, desde a m...