Tu que gostas muito de invocar a essência dos outros e debochá-la, diz me lá, qual é a tua essência?
Não estou a falar na parte que
dás a conhecer. Estou a falar na parte que ninguém conhece e da qual não te
orgulhas.
Diz muito de ti, o facto de
achares que podes falar na essência dos outros, sem antes revelares a tua e
expores as tuas fragilidades.
Acredito que aqueles que tiveram
uma infância e adolescência isolada tiveram oportunidade de criar a consciência
de si mesmos e a noção de que precisam melhorar algumas particularidades neles para
desenvolverem a capacidade de aturar certas merdas provenientes de pessoas que
se acham melhores humanos e mais capazes do que os outros, não porque o tentem
ser, mas porque confiam que nasceram numa versão melhorada e não precisam de
trabalhar nada em si. Apresentam-se no formato mais apreciado e que conquista
mais pessoas, com a pretensão de mascarar uma vontade omissa, nem sempre
inocente e que visa sacar benefícios egoístas.
Para aqueles que confiam estar
bem resolvidos, a espiritualidade é o caminho dos confusos, fracos e
traumatizados. O medo atroz de serem apanhados por essa energia demolidora e ficar
submetidos a uma lavagem cerebral e cair no submundo da espiritualidade, chega
a ser cómico.
Não compreendem, nem querem
compreender.
Empobrecimento espiritual não
existe para quem nem sequer sabe que tem uma alma.
Não nascemos preparados.
Nascemos em branco.
Cada um escolhe a sua programação
e em que versão quer viver. Há muitos modelos e versões com atualizações
recentes para crescer e os que alimentam a pretensão de que não há nada a melhorar, não saíram do MS—DOS.
Se és um MS-DOS e só sabes desvalorizar
a essência dos outros e estás convencido que a tua é a versão protagonista
estás a boicotar-te e impedir viver com brilho no olhar, lágrimas de
felicidade, com aconchego, borboletas no estômago, arrepios na pele, coração
quentinho, com liberdade, com leveza e serenidade. Com Verdade!