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terça-feira, 20 de março de 2012

Sair do aconchego


Há decisões difíceis que envolvem despedidas, saudade, mudança, afetos, medo, tristeza, aperto no coração, coragem, autonomia, abdicação, sofrimento, crescimento e muita firmeza. Se queremos nos afirmar em algo, precisamos ser firmes e seguir em frente, mesmo que deixemos um espaço vazio e inconsoláveis, os nossos cuidadores. É uma ausência necessária que não rompe com o que é sólido e indissolúvel. O importante é saber que quando regressarmos, nada mudou e aqueles que sempre nos amaram continuarão a amar-nos da mesma forma incondicional. Esse deverá ser o consolo de quem parte, para além da convicção de que é realmente disto que precisa para a sua progressão. Porém, tudo tem o seu tempo de habituação, ainda para mais quando se trata de um salto no escuro.
Somos pressionados a ser audazes, corajosos, destemidos num mundo sem perspectivas. Quando a sorte deixou de ser o amuleto dos incapazes e despreparados, vêmo-nos obrigados a reagir na inconstância.
O maior bloqueio são os sentimentos, que não conseguimos engavetar e aplicar, unicamente, quando nos convém. Eles manifestam-se sem serem solicitados, são mestres em inconveniência e tentam atrasar nosso caminho. Pesam ainda mais na hora da despedida e fazem-nos duvidar das nossas vontades. Se por um lado sabe bem estar sob a guarda de quem nos protege, por outro sabemos que essa proteção limita a nossa liberdade e retrai o nosso crescimento. Sofremos todos e nunca esquecemos o quanto doeu abandonar o lugar onde sempre nos sentimos bem e acolhidos, e os olhos suplicantes de quem deixamos para trás. Mesmo que saibamos que podemos voltar, ficamos com a consciência de que quando regressarmos as sensações serão outras, apesar de valorizarmos ainda mais o regresso ao aconchego. Nós entretanto mudamos. O nosso olhar mudou. Amadurecemos porque assim teve de ser mas nunca esquecemos do quão difícil foi essa transição e quanto ganhamos com isso.
  

terça-feira, 19 de abril de 2011

Decisão Difícil



Nunca sentiram vontade de mudar, encarar uma nova realidade, um novo contexto, sair da zona de conforto, abandonar o que é garantido, sentir saudade, prescindir de certos hábitos, desacomodar, apostar em algo indefinido mas com características promissoras, enlouquecer, arriscar, desviar do apêgo que as ligações afectivas ajudam a alimentar e que, de algum modo, parecem atrasar o nosso crescimento pessoal, passar a ser visita e desimpedir o nosso lugar cativo, suscitar uma renovada vontade de ser Feliz, fora deste perímetro fechado e demasiado acanhado, para assim conquistar algo mais nas Nossas Vidas? Mas e se esta possibilidade, de acumularmos mais experiências, promovermo-nos, melhorarmos a nossa qualidade de vida, lançarmo-nos profissionalmente, assegurarmos uma boa condição financeira, que permita conceder-nos alguns luxos, nos afastar da Família, dos Melhores Amigos, dos almoços de domingo, nos retirar os muitos momentos de qualidade com o nosso companheiro(a), ausentar-nos dos aniversários, quebrar com a proximidade, acabar com a cumplicidade, impedir-nos de estar presentes quando precisam mais de nós, aguardar notícias à distância e digerir as novidades boas e más, não poder partilhar nosso dia a dia pessoalmente, desligar-nos de tudo aquilo que dá significado à Nossa Vida?
Será possível conciliar estes dois mundos? Por um lado, o acesso ao mundo que nos proporciona estabilidade, segurança, realização profissional, folga financeira e conforto material e, por outro lado, a longevidade das relações que prezamos, o estarmos juntos mais vezes, o apoio familiar, as confidências com os amigos, o peso das ausências quando nossa presença é imprescindível, o acompanhamento à distância sem poder participar, a incapacidade de trocar sentimentos de perto, porque estamos ausentes e sabe-se lá quando regressaremos para retomar o que abandonamos.
Acontece que, esses dois mundos co-existem mas há sempre um que ganha maior destaque. Equilibrá-los, requer muita habilidade mental e emocional.
É tão difícil decidir o que abdicar, quando um e outro mundo são essenciais à Nossa Vida. Afinal, qual deles é mais essencial? Inúmeras razões se ergueriam para justificar a permanência de cada um deles mas, o que acaba por prevalecer é aquele que mais falta faz na escalada final para uma decisão definitiva e irreversível. 

Acordei o mundo

Najla tinha muita dificuldade em dormir. No seu entender, a vida podia acabar se se deixasse adormecer. Uma convicção implantada, desde a m...