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sábado, 19 de março de 2011

Este país não é para jovens à rasca

A  nova geração que frequenta as nossas instituições de ensino vê-se à rasca para acabar o curso. Arrastam cadeiras em atraso, para prolongar um pouco mais a sua comodidade e adiar a entrada na Vida real, com todas as suas vicissitudes. Os pais ainda assim orgulham-se de sustentar os seus filhos doutores sem canudo, somente porque podem gabar-se aos amigos, conhecidos e familiares das habilitações superiores dos seus meninos. Apesar de não haver perspectivas de emprego que garantam a integração dos seus filhos na sociedade, eles projectam neles aquilo que não puderam ser e sonham vir a provocar inveja nos seus rivais, arremessando-lhes com o novo estatuto dos seus sucessores. Acontece que, muitas vezes essas projecções não se concretizam e as frustações instalam-se. 
Os imberbes aproveitam-se da confiança e expectativas que os pais depositam neles e, dessa forma, satisfazem os seus caprichos de garotos mimados. Mesmo assim, continuam a acreditar que eles são um potencial em fase de crescimento, que os vão certamente orgulhar no futuro e honrar seus sacrifícios de pais abnegados.
Infelizmente, estes jovens alimentam-se do vazio e é no vazio que vão ficar, caso não venham a valorizar o conhecimento, actualizar-se através da leitura de jornais, revistas temáticas, livros técnicos e outros que privilegiem diferentes nichos literários, frequentar acções de formação na sua e noutras àreas de conhecimento, diversificar as suas habilitações para ampliar suas oportunidades de inserção no mercado de trabalho, aprender com os mais experientes, prestar mais atenção, desacomodar-se, desafiar-se constantemente e estimular novas e diferentes experiências, cortar o cordão umbilical, abandonar a Vida boémia e criar uma imagem mais credível que impressione os seus investidores. O que me parece é que há uma relutância em mudar de classe de investidores e abdicar do seu estilo cool, tão apreciado pelo seu grupo de amigos da borga. Enquanto seus pais investirem na Vida mansa dos seus descendentes, que não se prestam a nada, seja porque precisam dormir até tarde, seja porque os incomoda lidar com tarefas rotineiras, seja porque são novos demais para suportar as amarguras da Vida, seja porque são sensíveis, seja porque carecem de meios para se emanciparem, seja porque merecem melhor, não se esperam grandes surpresas. Afinal quem os fez diferentes fomos nós, que insistimos em protegê-los da realidade e dos seus incómodos.
Hoje existe uma maior abertura mental, uma maior consciência, uma aprendizagem diversificada e abrangente, um acesso privilegiado a toda e qualquer informação, veiculada através das novas tecnologias, uma maior sociabilização, uma melhor adaptação e, por conseguinte, uma  maior capacitação para conquistar o mundo, que não se confina ao nosso perímetro de conforto. A abertura das fronteiras e o efeito globalização catapultam-nos para o desconhecido. Afinal tudo é uma incógnita até experimentarmos e aventurarmo-nos. Agir como galinha quando saímos de um ovo de ganso, inviabiliza a saída do capoeiro.
Esta geração vive oprimida pela imagem dos pais que cresceram apressadamente sem grandes recursos e o excesso de solicitações danosas, decorrentes das conquistas perpetradas pelos seus antepassados, que derrubaram todas as barreiras que proporcionaram viver com mais liberdade e, ingratamente, esta geração não soube reconhecer. Continuam distraídos com os concertos de verão, os optimus alive, os zambujeira, os super bock super rock, entre outros; com as saídas nocturnas, os gadjets, os posts no facebook; os jantares de aniversário dos amigos, dos amigos dos amigos, que num estalar de dedos também viram seus amigos. Enquanto a distracção e a fase da adolescência retardada não terminarem, esta geração está a desperdiçar inúmeras possibilidades de crescer e progredir. 

Acordei o mundo

Najla tinha muita dificuldade em dormir. No seu entender, a vida podia acabar se se deixasse adormecer. Uma convicção implantada, desde a m...