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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Partir sem Saudade



A minha incursão nas viagens é recente mas já fez seus estragos. Ganhei um vício que nenhuma terapia, nem as nomeadíssimas terapias orientais, conseguirão erradicar. A ansiedade é tanta que uma noite sem dormir deixa de ter importância e o meu humor, admiravelmente, não sofre nenhum beliscão. Ele fica mais sensível, quando imprevistos acontecem, nomeadamente atrasos na partida. Não há pior maldade que esta, para um viajante tão empolgado quanto eu. Mesmo as normas de segurança que nos expõem ao ridículo, cada vez que, fazemos a passagem no detector de metais ou, na alfândega, onde apresentamos nossa identificação e somos alvos de olhares intimidatórios,  me impedem de concretizar este prazer. Meus sentidos apuram-se, porque tudo é tão estimulante, tudo é novidade, tudo é matéria para observação, tudo tem interesse, tudo é admirável. Apesar de levar atrelada a máquina digital que congela recordações, não lhe dou muito uso, para não deixar a curiosidade insaciável. O mais engraçado é que apesar de programar o acontecimento com o detalhe que ele merece, há desvios que acabam por se tornar apreciadas fontes de inspiração. Quando nos libertamos do peso do guião de viagem e da nossa qualidade de turistas interessados na cultura, na arte, na ciência, na história, nos costumes daquele lugar, então sim, envolvemo-nos e deixamo-nos absorver por outra forma de vida distante da nossa. Ao fim de alguns dias, já estaremos adaptados aquele registo e, sem pressa, para voltar à realidade.
Sem querer, arrasto comigo o jet lag, o sotaque adquirido durante a minha curta estadia, os momentos animados que experimentei, as diferenças que nos fazem estranhar essa e outras realidades, com as quais não convivemos, as curiosidades que um observador atento tem o privilégio de captar no seu percurso ambulante. Um mundo de sensações é o resultado destas fugas, que  nos afastam temporariamente da rotina asfixiante dos nossos dias.
Viajar para mim é a cura para todos os males. Reabilita corpo e mente. Só não dá asas como o Redbull. Essas temos que alugar e por um preço nem sempre meigo.

Acordei o mundo

Najla tinha muita dificuldade em dormir. No seu entender, a vida podia acabar se se deixasse adormecer. Uma convicção implantada, desde a m...