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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Valor da Amizade



Uma das facetas do Amor é a Amizade. Sem ela, jamais saberemos quem somos realmente e qual o nosso significado. Os nossos Amigos são seres especiais, que sem esforço aceitam nossa maneira de ser e não esperam, que reclamemos sua presença em determinados momentos. Não precisam ser anunciados, chegam sem avisar, instalam-se sem permissão, são autênticos, apresentam-se tal qual são, com seus defeitos e suas qualidades, sem recurso a fantasias, partilham suas vidas, suas experiências, suas amarguras, seus sucessos, seus insucessos, suas alegrias, suas tristezas, não cobram, não exigem, aceitam nossas diferenças, questionam nossas ausências, sentem nossa falta, vibram connosco, mantêm contacto, criam proximidade, são nossos admiradores. Sinto-me uma privilegiada por ter Amigos assim. Há quem pense que ganhamos amigos sem querer, em circunstâncias diversas e que eles estão ao virar da esquina, basta aparecermos mais, mostrarmo-nos mais, convivermos mais. Será que é assim tão fácil? Não creio. Nem todos assumem esse perfil que os torna tão especiais. Lembramo-nos deles em silêncio, quando identificamos algo que combina com a nossa percepção do que eles representam para nós. Quando estabelecemos uma correspondência das nossas amizades com o que de melhor resiste nas nossas Vidas, estamos a valorizar não só essa união como a nossa essência.
A Amizade implica consistência, senão o que justificaria a sua resistência ao longo do tempo? Há casamentos que fracassaram porque não souberam criar essa consistência e deixaram-se desgastar pelas diferenças de género e grau. O truque reside em aceitar o estilo do outro, sem o querer mudar em nosso proveito. Amar o outro não tem que ser sinónimo de sacrifício. Na Amizade não há interesse, há comunhão. Na Amizade não há vencedores nem vencidos, todos ficamos a ganhar. Na Amizade não há um lado bom nem mau, há só o lado bom. Na Amizade não há tempos perdidos, só momentos de qualidade. Na Amizade não há disputas nem desigualdades, só compreensão. Na Amizade não há lugares comuns, tudo é único.
Podemos desistir de tudo, menos da Amizade, porque se o fizermos estaremos a desistir de nós e da nossa Felicidade.      

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Universal Mind

É uma filosofia que importa conservar num mundo cada vez mais individualista e agarrado ao efémero, ao descartável, ao querer ter apenas porque sim, ao capricho de ter para não se sentir inferior a ninguém. Enquanto assentarmos a base do nosso ser nessa premissa de eu só estarei em alta se tiver o mesmo que os outros têm e, sendo esses outros os tais da ribalta, então jamais conseguiremos ser verdadeiramente. Seremos sempre escravos das coisas e corruptíveis por elas. Esta mentalidade universal partilhada por todos os povos é uma utopia mas apesar de ser uma utopia, devemos tentar alastrar esta filosofia ao maior número possível de pessoas senão arriscaremo-nos a ter um Mundo cruel e infeliz.
É importante existir mandamentos universais de comportamento que orientem no sentido de conduzir a espécie humana a pautar-se pelos mesmos princípios universais que têm como sustentação fundamental o Amor ao próximo. Infelizmente, os seres humanos não andam de mãos dadas com esta ideologia de Vida, nem parecem interessados em desviarem-se das suas obsessões egoístas. Falta ainda tomar consciência que, os exemplos a seguir não são necessariamente aqueles que estão no auge, no top, na boca de todos, na mira dos holofotes. Quem efectivamente é um exemplo não se expõe, não se auto promove, não colecciona medalhas, nem condecorações, não espera aplausos, não selecciona favorecidos nem desfavorecidos, não está dependente da aprovação dos outros, não espera algo em troca, não se arrepende do que perdeu, contenta-se com o que dá a ganhar,  controla os efeitos das suas atitudes e o que de bom podem elas provocar.  Apesar de não se colocar em primeiro lugar está sempre em primeiro lugar porque o seu carisma não deixa ninguém indiferente às suas manifestações de comunhão com o mundo. É alguém especial e único pela sua capacidade de amar e ser amado, promovendo bem estar à sua passagem. Há poucos exemplos destes, precisamente porque o universo ainda não gira em torno de uma mesma mentalidade de nos darmos uns aos outros. Um sorriso é um bom começo. Acredito que o retorno é muito maior e a sensação com que se fica é superior.
A nossa sociedade está a cultivar várias mensagens negativas de como devemos destacar-nos pelo Ter e não pelo Ser. Enquanto assim for, as relações serão frágeis, as conversas sem profundidade, o interesse pessoal estará acima do interesse do todo, os outros serão sempre um meio para atingir fins pessoais, tudo se converterá em algo dispensável, a amizade será circunstancial, a solidariedade será praticamente inexistente, a falsidade e artificialidade serão trunfos a usar para fabricar emoções, a ser convenientemente aplicadas em cada ocasião, a imagem sem conteúdo será apreciada, a cobiça, a traição, a insensibilidade, a inveja, a luxúria e todos esses pecados capitais serão uma forte presença nesta curta passagem pela terra. Tudo será relativizado em nome de um bom lugar ao sol , num paraíso fiscal bem ao estilo dos escolhidos pelos detonadores do BPP e BPN.

Ser Iluminado



Ema vivia na escuridão desde muito cedo. Só podia contar com os outros quatro sentidos, que ela soube tão bem apurar ao longo do tempo, de tal forma que, houve momentos que suspeitamos não ser invisual. A sua sensibilidade era tão grande que facilmente se apercebia do nosso estado de espírito só de nos ouvir respirar. Por mais que tentassemos abafar, Ema desmascarava-nos na hora.
Quando nos conhecemos receava perguntar-lhe se se incomodava com o facto de não ter visão. Para mim, Ema era uma coitada a quem privaram de disfrutar da Vida e com um castigo tão pesado para carregar.
Julgo até que ela sentiu essa minha compaixão por ela, por atitudes tomadas posteriormente. O seu sorriso, a sua postura confiante, os seus gestos descontraídos, a sua doçura na voz, a sua tranquilidade, a sua vaidade, a sua sensibilidade, o seu optimismo, a sua infinita capacidade de sonhar fizeram-me acordar e pensar que afinal a coitada era eu e não ela. Eu é que me achava mais completa por poder gozar de todos os meus sentidos e, sem saber estava a desperdiça-los só porque achava que os tinha como garantidos.
Ema ensinou-me que, por mais limitações que tenhamos, ninguém pode tirar-nos o prazer de sonhar e é possível sonhar mesmo na escuridão.
Ema vivia feliz, desdramatizando o facto de ter perdido a capacidade de ver. Enquanto eu, apesar de ter todas as capacidades intactas, não me contentava com nada e tudo era tão pesado e difícil de suportar. Algo me incomodava e parecia vir de dentro de mim.
À  medida que fui aprofundando Nossa amizade, constatei que a sua presença fazia-me bem, fazia-me sentir serena, tolerante, menos exigente, mais segura de mim mesma, sem pressões, sem cobranças. A sua força interior era tão animadora, revigorante e contagiante, que eu chegava a sentir deter o mesmo poder para controlar minha vida soberanamente. Suguei, de tal maneira, todos aqueles momentos que com ela partilhei, que hoje não me reconheço mais nesse passado longínquo de fragilidades, inseguranças, medos, mau estar.  Ema carregou meu espírito com a luz que eu afinal não tinha. Ironicamente, vim a descobrir que eu é que vivia na escuridão e Ema vivia na luz.

Acordei o mundo

Najla tinha muita dificuldade em dormir. No seu entender, a vida podia acabar se se deixasse adormecer. Uma convicção implantada, desde a m...