Sempre que nos reuníamos à mesa para almoçar ou jantar, parecia que ficávamos mais sensíveis e reativos. Aliás, a comunicação foi sempre um grande calcanhar de aquiles e continua a ser.
Escrita livre que, convida a pensar e sentir. Com a Escrita, empreendo fugas oportunas. Atribuo interesse aquilo que parece não ter interesse nenhum. Entendo que, a genialidade é mesmo essa. A Escrita Gourmet tem o seu próprio paladar mas, nem todos o saberão entender. Provavelmente, só os espíritos mais sensíveis encontrarão afinidades, semelhanças, identificação, emoções, realidades diversas, meio mundo, todo o mundo. Encontrarão aquilo que, a disponibilidade dos seus espíritos permitir.
terça-feira, 16 de maio de 2023
Família Imperfeita
Sempre que nos reuníamos à mesa para almoçar ou jantar, parecia que ficávamos mais sensíveis e reativos. Aliás, a comunicação foi sempre um grande calcanhar de aquiles e continua a ser.
sexta-feira, 5 de maio de 2023
Essência Protagonista
Tu que gostas muito de invocar a essência dos outros e debochá-la, diz me lá, qual é a tua essência?
Não estou a falar na parte que
dás a conhecer. Estou a falar na parte que ninguém conhece e da qual não te
orgulhas.
Diz muito de ti, o facto de
achares que podes falar na essência dos outros, sem antes revelares a tua e
expores as tuas fragilidades.
Acredito que aqueles que tiveram
uma infância e adolescência isolada tiveram oportunidade de criar a consciência
de si mesmos e a noção de que precisam melhorar algumas particularidades neles para
desenvolverem a capacidade de aturar certas merdas provenientes de pessoas que
se acham melhores humanos e mais capazes do que os outros, não porque o tentem
ser, mas porque confiam que nasceram numa versão melhorada e não precisam de
trabalhar nada em si. Apresentam-se no formato mais apreciado e que conquista
mais pessoas, com a pretensão de mascarar uma vontade omissa, nem sempre
inocente e que visa sacar benefícios egoístas.
Para aqueles que confiam estar
bem resolvidos, a espiritualidade é o caminho dos confusos, fracos e
traumatizados. O medo atroz de serem apanhados por essa energia demolidora e ficar
submetidos a uma lavagem cerebral e cair no submundo da espiritualidade, chega
a ser cómico.
Não compreendem, nem querem
compreender.
Empobrecimento espiritual não
existe para quem nem sequer sabe que tem uma alma.
Não nascemos preparados.
Nascemos em branco.
Cada um escolhe a sua programação
e em que versão quer viver. Há muitos modelos e versões com atualizações
recentes para crescer e os que alimentam a pretensão de que não há nada a melhorar, não saíram do MS—DOS.
Se és um MS-DOS e só sabes desvalorizar
a essência dos outros e estás convencido que a tua é a versão protagonista
estás a boicotar-te e impedir viver com brilho no olhar, lágrimas de
felicidade, com aconchego, borboletas no estômago, arrepios na pele, coração
quentinho, com liberdade, com leveza e serenidade. Com Verdade!
quarta-feira, 3 de maio de 2023
"SEM NOÇÃOZISSE"
Sinto-me como se estivesse tapada por faltas. Não posso cometer mais deslizes. Já esgotei os créditos todos e, portanto, não me posso esticar. Corro o risco de ser expulsa deste mundo.
Nunca vos aconteceu falar ou agir
e não serem bem acolhidos, por parecer ridículo e despropositado a quem vos
assiste? Se calhar, não! Provavelmente, esta deve ser uma característica muito
minha.
Passo a explicar.
Outro dia entrei numa pastelaria e
fui abordada por uma menina, que bastou se abeirar de mim, para eu lhe lançar
um “Olá, Bom dia!”, entusiasta e num tom que captasse boa receção nos
dispositivos auditivos presentes.
A menina, cujo nome não cheguei a
saber, estranhou meu entusiasmo e simpatia, recuou uns passos, olhou para mim,
como se estivesse a olhar para uma mulher com cinco pernas e, sem emoção na voz
e sem devolver o bom dia, entrou no modo automático de serviço, para me
questionar qual ia ser o meu pedido.
Percebi naquele instante que
estava a agir com demasiada disponibilidade e que nem todos estão preparados
para perceber e receber a minha erupção emotiva. Tenho alguma dificuldade em
perceber em que circunstâncias e de que modo devo fazê-lo sem provocar reações
como esta.
Já sem possibilidade de remediar
a situação remeti-me ao silêncio, interrompido apenas pelo Obrigada, mas
já sem euforia. Foi um Obrigada neutro e uníssono.
Não achei que me viesse a fazer
falta a disciplina de boas práticas e protocolo para o meu dia a dia corriqueiro.
Privilegiei outras matérias que me pareceram mais importantes, mas pelos vistos,
deveria ter assistido a algumas aulas para moderar a minha urgência em criar bem-estar.
Alguém se identifica com esta inócua
“sem nocãozisse”?
terça-feira, 18 de abril de 2023
O Padrão está em desuso!
O que é que este dia me reserva?
No concreto e imediato, um tratamento de dentes que me vai custar horrores em euros.
É bom que me tenham reservado doses industriais de anestesia. Posso até ficar com dormência bucal prolongada, boca de lado, baba em cascata e sorriso doente, só não quero sentir um calafrio ou arrepio de dor.
Aliás, não sei o que custa mais, se o dinheiro gasto para tirar um dente, restaurá-lo ou desvitalizá-lo, se a boca escancarada em súplica, os maxilares em esforço, a língua para baixo e em pânico ou o excesso de saliva, que o aspirador desespera para conter.
Pensando bem, a libertação de dinheiro para algo que pode ser provisório e não vir a durar é ruinosa.
Para mim, os dentes doentes refletem o estado da nossa vida.
O pior disto tudo é que a perda de dentes não traz outros de volta para repor as falhas. É um traumatismo exposto que te deixa vulnerável e, no pior dos cenários, desfigurada e distante da imagem perfeita e ideal.
Nascemos para ser bonitos e perfeitos. Este é o padrão.
Os dentes têm que ocupar todo os espaços, ser brancos como a cal, estar alinhados, limpos e imaculados.
A ser verdade que os dentes são o espelho da nossa vida, então, falhei cabalmente.
Poucos são aqueles que não têm chumbo.
Meus dentes nunca colaboraram para esse padrão e foram se fixando, conquistando o seu próprio espaço, porém distantes entre si. Algo que ajudou a identificar-me e a ganhar o rótulo popular e comum de mentirosa.
Com o patrocínio dos meus pais, coloquei uma mordaça metálica nos dentes para os forçar a não guardar distâncias e alinhar com os modelos de beleza universal e assim recuperar a vaidade em mim.
Na época, confesso, ter sido preponderante para a elevação da minha auto estima.
Hoje em dia, para meu descarado perplexo, as modelos com diastema são capa das revistas de moda com maior relevo internacional. Essa particularidade estética é vista como carismática, sedutora, charmosa e assume-se na rebeldia da diferença. Uma imagem de marca poderosa, que dantes era vista como imperfeita e inestética.
Apesar de ter vindo com alguns anos de atraso, para tristeza da jovem que um dia fui, veio abalar os estereótipos de beleza escarnados.
A imperfeição passou a ser apreciada e aproveitada pelas marcas através de anúncios que exaltam sentimentos de empatia para com todos aqueles e aquelas que não cumprem os padrões de beleza "normais" e são vítimas de olhares, comentários e segregação.
Diastemas, heterocromia, vitiligo, estrias, entre outras imperfeições, outrora, vistas como anormalidades, nos dias de hoje, são realçadas e evidenciam a natureza feminina na sua plenitude e autenticidade, alegre e triunfante, que não esconde a invulgaridade e exotismo da sua beleza.
sexta-feira, 24 de março de 2023
Felizes e Convertidos
Temos de confiar nas pessoas. Não podemos continuar a querer controlar algo que não depende de nós.
CHEGA!
- E depois, o que é que eu faço com o que me aconteceu?
Como se a prevenção nos impedisse ou protegesse da própria Vida.
Deixemos acontecer, caso venha a acontecer, nada é garantido, não queiramos antecipar cenários, diabolizá-los e, com isso, perder a riqueza, a aprendizagem, a grandeza das relações, com tudo aquilo que elas têm de bom e de mau. Usufruir para construir depois é o lema.
Precisamos relaxar!
Entregar-nos absolutamente e sem reservas.
Rir, chorar, abraçar, corar, soltar as emoções, beijar, arrepiar, amar livremente, assumir aquilo que temos de melhor e exibi-lo, demorarmo-nos no tempo e espaço que nos provoca as melhores sensações, cultivar a alegria que existe em nós. Gozar da nossa intensidade, do seu carácter único e intransmissível.
Não estamos a ser abusados, estamos a permitir-nos SER FELIZES.
Assim quando os dias tristes se manifestarem, não cairás no erro de acreditar que a Vida é só isso.
A Vida é muito mais que arreliações, desilusões, mágoas, tristezas, dor.
A Vida é Amor!
quarta-feira, 15 de março de 2023
PERSONAL INTIMIDATER
sexta-feira, 27 de janeiro de 2023
#Pensamento do Dia
Promete bons acontecimentos.
quinta-feira, 20 de outubro de 2022
Sem Ilusões
Aqui está ele, num tempo que não é o seu. Pelo menos, não o sentia seu.
Não lhe apetecia contrariá-lo. Não se sentia capaz para isso. Quem o via
assim dizia que se tinha resignado. Não compreendiam e obrigavam-no a reagir.
Desistiu de querer porque, na verdade, também não sabia muito bem o que
queria.
Quando sofres e esperas que passe rápido, porque não estás a aguentar mais,
acabas só por esperar que tudo normalize e não há cabeça, nem coração para sair
dali em busca de algo melhor. Nem sequer há forças para procurar seja o que
for.
Para um sofredor, a normalidade é o melhor que pode acontecer. Ele inclusive
acha que não está intitulado a algo melhor. O mais provável é acontecer o pior
e isso torna-se num receio avassalador e a ele, num desistente sem causas.
Tentar de novo implica estar preparado e ele tem recusado
sucessivamente esse repto. Já não sabe mais o que procurar para si e por si.
Acho que está à espera do inesperado, do fator surpresa, de se deslumbrar
e escapar do seu estado catatónico.
Outro dia sentou-se num banco de jardim. Chovia copiosamente e ele ali,
sem dar por nada, a esvaziar-se de pensamentos. Em volta, passavam pessoas apressadas,
que nem valorizavam a sua perplexidade ao vê-lo ali, exposto àquele cenário alagado.
Nenhuma companhia teria a capacidade de melhorar o seu dia e quem se atrevesse
iria sujeitar-se a viver aquele momento alto de vulnerabilidade e a ter de resistir.
Quisera ficar ali, a alimentar-se da mesma seiva das árvores e transpor
todas as estações do ano com a mesma resistência das suas amigas de puro sangue
verde.
Há sempre um caminho a seguir mesmo que em modo piloto automático e foi
o que ele fez.
Seguiu sem ilusões, mas seguiu apesar das contrariações.
quarta-feira, 27 de abril de 2022
Esta miúda, não pode andar bem!
Esta frase ainda ecoa na minha cabeça. De tantas vezes proferida, acabou por ficar ancorada em mim.
Sempre que eu agia em discordância, era me devolvida esta mesma frase.
A certa altura, desenvolvi a crença limitadora que me fazia sentir uma
menina diferente e isolar-me no meu quarto a ler em voz alta, ganhou o topo das
preferências.
O isolamento trouxe-me benefícios na reserva de mim mesma, mas
precipitou algumas fobias.
Vivia escondida, com medo de notarem a minha presença e não conseguir
corresponder às atenções postas em mim.
Não sabia como agir, então, agia com agressividade se tentassem forçar
a minha aparição ou participação. Carregava a crença da problemática e cada vez
mais incompreendida.
Doces e livros eram o alívio de tudo isso. Aos doces ia buscar afeto e
brandura e através dos livros, escapava da minha condição de mal-amada.
Distraía-me com a riqueza artística das personagens e imaginava-me tão poderosa
quanto elas.
Este foi o meu primeiro episódio relacionado com a saúde mental e,
desde então, tem sido um tema grato e sensível.
Revisito esse período que ditou o meu crescimento. É inevitável!
Contudo, continuo a travar batalhas interiores que me fazem questionar e
procurar recursos internos e externos para não regressar às crenças antigas e
refugiar-me uma vez mais na tristeza.
Por vezes é necessário silenciar o que sentimos e lembrar do que
merecemos.
Os Amigos Imaginários, a série espanhola Verão Azul, os Livros de Enid
Blyton, a Glória Pires e suas personagens, as novelas brasileiras no geral, a
música das Divas dos anos 80, ajudaram no período da adolescência a secar
minhas lágrimas e fazer-me sorrir de esperança.
Todos os Verões, nas férias escolares, Bea, Desi, Javi, Pancho, Piraña,
Quique, Tito, cada um na sua bicicleta, exploravam lugares, sentimentos, desilusões,
aventuras, conquistas, gozavam da liberdade de ser em pleno na Costa Sul
espanhola.
Hoje, bem mais velhos, muito provavelmente, essa capacidade própria da
puberdade perdeu-se e talvez seja mais difícil relativizar o seu estado e viajar
para um mundo melhor, ainda que, por breves instantes.
Curiosamente, lembro-me de mascar pastilhas elásticas da marca gorila e
insuflá-las numa bolha de ar gigante até rebentar na minha cara, deixando uma
frescura a mentol. Eu achava divertido e repetia-o incessantemente.
Cada bolha de ar que rebenta representa aquilo que precisa ser
destruído para poder avançar com leveza e alegria. É esse o grau de importância
que dedico à saúde mental.
É caso para dizer que, a miúda do passado é a mesma miúda sensível e
ansiosa que teve de sair do seu quarto mágico, com as pastilhas elásticas no
bolso, as unhas roídas, assustada e receosa.
Perseguida pelo espírito e voz do passado - Esta miúda, não anda
bem! – precisei de recorrer a ajuda e ainda bem que o fiz.
E concluí que, esta foi a maior demonstração de amor próprio.
A desarmonia de emoções que a lembrança dessa voz me provocava fez-me
viciar em pastilha elástica, em livros de autoajuda e em terapias
comportamentais efetivas.
Afinal, não podia ficar no quarto a Vida toda. Se bem que de vez em
quando é uma tentação.
Se a ignorância falasse iria rotular esta minha vontade de
procrastinação e estigmatizar-me, mas ela nem sabe quem eu sou e porque sou
assim.
Assobio à ignorância, mas não assobio à saúde mental!
quinta-feira, 21 de abril de 2022
Estabelecer Prioridades
Caí no erro de comentar no clube onde pratico desporto, que preciso de
emagrecer para obter mais agilidade e flexibilidade e não acusar cansaço tão
prematuramente.
De repente, nascem duas nutricionistas e um naturopata, licenciados nas
suas próprias evidências e crenças.
Gente, eu estava apenas a desabafar alto como quem desabafa quando está
frio ou ameaça chover.
Não esperava que dissecassem o tema.
Definitivamente, a culpa foi minha por ter partilhado e não estar
preparada para o retorno.
Eu própria já agi assim. Devolvi o que resultou em mim numa tentativa de ajudar.
Chegou a minha vez de pagar tamanha ousadia.
Chega-se a uma certa idade e temos de fazer abstinências.
Recorrer a inibidores de apetite.
Praticar exercício físico intenso.
Contrariar todos os diagnósticos.
Enganar a fome.
E por aí fora.
Opiniões nada nutritivas.
Regressei ao carro mais pesada do que nunca.
Muito provavelmente, devo ter ganho no percurso 10kg.
Nem a cabeça conseguia erguer.
O que faz mesmo, mesmo falta é Motivação para lidar.
Não são os detox, os jejuns intermitentes, os personal trainers, os nutricionistas, os naturopatas, as ampolas de emagrecimento, as mezinhas, os trails, as dietas
líquidas ou as dietas em meia dúzia de passos, as greves de fome, que hão de me levar
a cumprir o meu objetivo, se não estiver motivada e com o foco no
meu bem-estar pessoal. Poderão vir a ser uma opção, mas não se promovem
sem a minha vontade.
O melhor indutor das ações que queremos empreender em nós é a Motivação.
Era tudo o que eu merecia ouvir naquele instante.
Tudo o resto só me fez engordar ainda mais.
Devo satisfazer os meus caprichos alimentares, saciar minha gulodice e ganhar dor/peso na consciência por assistir o corpo sucumbir com o meu consentimento?
Devo
privar-me daquilo que mais gosto e me faz mal e resistir para vir a ganhar a
longo prazo saúde, bem-estar físico e gostar da minha imagem?
A dor de me ver ao espelho em mau estado ou a privação de
calorias doces e salgadas e demais alimentos processados?
Racionalizar o problema
Tomar uma decisão consciente.
Agir
com sentido de compromisso
Motivação e Foco para perseguir o objetivo principal e
encolher o problema até ele desaparecer e deixar de causar incómodo.
Usufruir dos benefícios e dar continuidade para promover maior
bem-estar.
A Motivação resulta daquilo que escolheu priorizar uma vez racionalizado
o problema.
Estabelecer Prioridades ajuda-o a alinhar-se e a desenvolver
motivos pelos quais lutar e manter-se motivado.
quarta-feira, 16 de março de 2022
DECEIVE DEATH
Se apodera de uma realidade que não escolhemos,
Nem sequer tivemos opção de recusar,
Fazendo-nos acreditar que é a melhor
E única solução para nós.
A Guerra não devolve
A Guerra retira tudo
A Guerra castiga os inocentes e premeia os culpados
A Guerra impõe
A Guerra explora o pior dos Homens
A Guerra destrói
A Guerra deixa marcas dolorosas e eternas
A Guerra é o vício dos cobardes
A Guerra aproveita-se das mentes frágeis
A Guerra propaga a dor entre os que odeiam e os odiados
A Guerra separa
A Guerra mata o futuro
Acordei o mundo
Najla tinha muita dificuldade em dormir. No seu entender, a vida podia acabar se se deixasse adormecer. Uma convicção implantada, desde a m...
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