segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Relações Disfuncionais


Quantos de nós têm que lidar com relações desta natureza. Não são relações saudáveis, apesar de serem de grande proximidade e que, quase sempre, implicam uma convivência regular. Apesar de crescermos e nos desenvolvermos na presença dessas pessoas, que se supunha serem fundamentais na nossa evolução, suas influências acabam por se transformar num transtorno para as nossas Vidas, de pessoas sensíveis, que esperam ser valorizadas, acarinhadas, respeitadas, compreendidas, consideradas importantes e principalmente amadas.
O mais curioso é que assumimos o papel de vítimas de negligência constante no Amor e mesmo assim insistimos em não abandonar essas pessoas que falham connosco repetidamente e nem se apercebem do mal que nos fazem.
Vê-mo-las constantemente a exibir afectos com pessoas praticamente desconhecidas e sorrir a tudo que elas comentam, encorajá-las, apoiá-las, render-se aos seus encantos e envaidecer-se com os seus convites, como se isso implicasse a entrada exclusiva para um clube restrito de pessoas refinadas e cheias de influência social, tal é a envolvência e magnitude por eles atribuída a este tipo de apêgos sociais. Entregam-se a eles mais do que ao Amor de um filho (a). Preocupam-se exclusivamente com a sua vaidade e é carregados de snobismo que nos ignoram e esquecem-se do que somos ou representamos. Um dia poderemos já não estar por perto ou sequer contribuir para uma visão de Felicidade conjunta, que infelizmente se perdeu. 
De cada vez que investimos tempo de qualidade com as pessoas que aprendemos a amar e descobrimos, que elas não nos dão o devido valor nem estão na mesma sintonia que nós, ficamos cada vez mais angustiados, revoltados, inconformados, confusos e custamos a acreditar que alguém que consideramos e Amamos se tornou egocêntrico, insensível e instável. Por mais tentativas de ressuscitar o passado, ele continua morto e enterrado e parece que só nós acreditamos naquele conceito de Amor puro que nos unia.
A realidade torna-se evidente quando constatamos o quão anormal é, para pessoas como eu e que nos ajudam a interpretar o nosso mau estar constante, não estabelecer uma ligação de confiança com os seus progenitores, pelos quais têm uma grande devoção e amor, que se manifesta de ambas as partes. Para elas, assim como para mim, o que seria normal é conseguir dialogar com as pessoas que amamos sem sermos advertidas, interrompidas, recriminadas, comparadas, rebaixadas, desvalorizadas, negligenciadas, provocadas, ofendidas e que nos levam a acreditar na inutilidade da nossa presença.
Quando queremos chamar a atenção de pessoas que não nos conhecem e negligenciamos aquelas que connosco criaram uma história e nos sabem dar Amor, jamais saberemos dar importância aos verdadeiros afetos e responsabilizarmo-nos por eles.
Aos nossos olhos essas pessoas tornaram-se naquilo que nós rejeitamos nos outros e que nós tanto reprovamos. Pessoas insensíveis, extremamente vaidosas, egoístas, egocêntricas, que destilam simpatia para aqueles que exibem um certo estatuto social e são indiferentes, a todos aqueles que não têm muito para a oferecer a não ser a sua simplicidade de ser e viver. Depois ainda se julgam muito sociáveis e empáticos, quando tudo não passa de uma fantasia montada para alimentar seu ego inchado mas nunca satisfeito.   
 
 
 
  
  

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