Não somos velhos mas também, não somos novos.
Afinal, quem somos Nós?
Somos os despojos de uma sociedade, mergulhada na abundância que, se dá ao luxo de rejeitar aquilo que ainda tem bom aproveitamento. Para uns é considerado um desperdício, para outros, uma intervenção necessária para conquistar públicos diferenciados.
Afinal, quem somos Nós?
Somos os despojos de uma sociedade, mergulhada na abundância que, se dá ao luxo de rejeitar aquilo que ainda tem bom aproveitamento. Para uns é considerado um desperdício, para outros, uma intervenção necessária para conquistar públicos diferenciados.
É sem remorsos que, apagam e dispensam dos seus registos, entregas de 20, 30 e mais anos, só porque, as tendências reclamam empresas com miudagem do digital, para quem a empatia é gerada através de um algoritmo que, manipula as nossas preferências, as nossas simpatias, as nossas vontades, os nossos gostos, os cliques, os eventos futuros, edita a realidade e customiza-a em proveito próprio.
Somos da década do telefone fixo, atualmente em desuso. Pior ainda, Somos Mulheres e na idade da menopausa. Apesar das provas dadas e superadas, nosso valor de mercado baixou e, portanto, somos atiradas para o arquivo morto.
Ao que parece esgotamos uma imagem que não vende mais.
Competimos com os nossos filhos e sobrinhos e a idade é a maior desvantagem, pelo que, nem chega a ser uma competição e sim, uma declarada preferência pelo que é novo e dominante.
Sem querer, somos convocadas a entrar numa decadência precoce, para dar lugar à juventude viciada no artificial e em posições confortáveis que, lhes alimentem os caprichos vegan, eletrónicos e digitais, worldwide trips, sem data para voltar, sushi tables, parties, garrafas de gin, fancy cars, mestrados, luxury resorts, and so on.
Na verdade, nós também nos cansamos do registo nine to five job e sonhamos ter mais tempo, para nos dedicarmos ao que realmente gostamos. O que dantes parecia pouco, agora chega e sobra em sorrisos de orelha a orelha.
A partir de agora só precisamos de memórias boas porque, o tempo, esse, escasseia e para onde quer que a gente vá algo bom temos de levar.
Os triunfos agora são outros. Invisíveis e imensuráveis porém, grandiosos e duradouros.
Pertencemos à geração X, não confundir com geração X-box. Essa é outra. É aquela que está agarrada às máquinas. Se bem que nós é que precisamos desses recursos para continuar a pertencer aqui, neste mundinho globalizado mas, com muitos muros de Berlim por derrubar.
É certo que, não se comparam histórias mas que, histórias são estas que nos querem dar a conhecer e nas quais querem que acreditemos? Não passam de histórias fabricadas e endeusadas para criar um efeito de realidade dormente. Nesta fase de insónias que, me apanhou desprevenida, será difícil me convencer dessa realidade. A única dormência que me assiste é a do formigueiro nas articulações :)