terça-feira, 29 de abril de 2025

Ontem foi dia de apagão

Ontem foi dia de apagão.

O impensável aconteceu e, felizmente, durou menos de um dia.

Um aviso, uma avaria, uma manobra de diversão, uma Putin(ice), um ataque informático, um erro humano, uma traquinice do recém falecido Papa Francisco, o fim do mundo, uma encomenda da Al-Qaeda, a malícia e frieza de um génio informático, a querer dar nas vistas ou um fenómeno, ao estilo dos extra terrestres?

Algo foi e o que quer que tenha sido, provocou um susto épico em muitos de nós.

Tal como os negacionistas, há sempre quem relativize tudo, não se deixe abalar e até ache parvo temer o pior.

Custa-lhes admitir que pensaram, ainda que, fugazmente, na possibilidade de ter sido algo programado para nos atingir.

Assumam que também vêm Netflix.

terça-feira, 15 de abril de 2025

Professora Olga Beatriz

Acabei de descobrir que sofro de claustrofobia. Na verdade, descobri há, aproximadamente, duas horas, assim que me enfiei numa sala de aulas com duas dezenas de pais famintos por notícias das suas crias, mais a diretora de turma.
Estupidamente, perguntei se a distribuição dos lugares era por ordem alfabética. Lembrei da saudosa Professora Olga Beatriz (saudosa para alguns, not for me) e do seu método clássico de nos aterrorizar.
A sua familiaridade com as palavras classe, clássica e classificação não era casual. Palavras, aparentemente, inofensivas mas, uma vez saídas da sua boca, soavam à sirene do quartel do comando distrital dos bombeiros.
As chamadas dorotéias, meninas disciplinadas e devotas do método clássico da Regente Doutora Olga Beatriz, dificultavam a nossa integração e, sobretudo, a nossa vontade de aprender. Emendavam os nossos erros, para acumular pontos na caderneta dos clássicos, que não despem o uniforme, nem aos sábados, domingos e feriados.
As classificações eram um sinal claro e inequívoco de que "escovar" a Professora compensa.
Testei essa habilidade, uma única vez, na sala habitual, com casa cheia e o resultado foi absolutamente desastroso. 
O meu teste falhou!
Naquele dia, o aparelho auditivo da professora caiu e perdeu qualidades. 
Bem quis agradar, ao estilo dorotéia, mas não houve boa recepção.
Passados tantos anos e de regresso à sala de aula, parece que nada mudou. As palpitações, o suor nas mãos, a bexiga cheia, o receio de ser chamado ao quadro das tormentas, reapareceram, para invadir a minha paz.
Adopto a atitude exemplar das dorotéias, de joelhos unidos, músculos comprimidos, olhar fixo e mente, sabe-se lá onde e com quem, ou, troco bilhetinhos com os pais do lado e manifesto minha vontade de bazar?
Depois lembro, que estou ali numa missão pelo meu filho, Leandro de Jesus Valente Aguiar Mota.
   

Acordei o mundo

Najla tinha muita dificuldade em dormir. No seu entender, a vida podia acabar se se deixasse adormecer. Uma convicção implantada, desde a m...