quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Renascer

Provavelmente, neste momento, milhares de pessoas estão sentadas no canto do sofá, que mais lhes apraz, com vista privilegiada para o ecran plasma da Tv, munidos do comando que ditará a sua vontade de entretenimento do momento, alheados de tudo e de todos. Esta será a única fonte de motivação da maioria delas, que amanhã voltarão a resignar-se à estagnação das suas Vidas, movidas por rotinas que se repetem a todo o momento. Lastimam o dia seguinte, porque encaram-no como um dia dedicado a obrigações com poucos intervalos para fazer o que gostam. E do que é que elas gostam? Nem elas sabem, porque até as suas pausas estão presas por rotinas que não despertam as suas capacidades de seres pensantes e com alma. Desperdiçam aquilo com que foram abençoados.
Não querem mais, apenas querem mais do mesmo e isso basta-lhes para viver uma pseudo felicidade.
Confiam naquilo que lhes foi dado e estão convencidos que o sabem manusear bem, não carecendo de mais e melhor. Não vislumbram sentido nem valor em coisa nenhuma. Penduraram as chuteiras antes mesmo de entrarem em campo.
Encostaram-se às boxes diante de uma boxe, que julgam devolver-lhes uma nova Vida. Querem tudo e não querem nada. 
Não vêem propósito em nada novo e diferente, a não ser o incómodo de implicarem uma ameaça ao alinhamento das suas Vidas tão bem programadas. 
Na verdade, o mal de todos nós consiste em gastarmos tanto tempo a esgotar as nossas energias com as mesmas tarefas, que geram as mesmas expectativas, que geram o mesmo grau de exigência, que geram os mesmos resultados e não geram surpresa nenhuma nem dificuldade. Essa falta de surpresa nas nossas Vidas causa aborrecimento e falta de entusiasmo.
Por onde começar? São tantas as direcções que nos podem fazer mudar de rumo e procurar outras formas de felicidade que não redundem numa só. Para isso temos que apurar a nossa sensibilidade e o nosso auto-conhecimento e assim descobrir o que ainda há a fazer por nós. Desistir nunca.
Enquanto os holofotes estiverem ligados e o pano hasteado, não podemos parar de ocupar e representar no palco da Vida, aproveitando todas as suas potencialidades. 
Contrariar contrariar contrariar e contrariar é um óptimo desbloqueador de situações demasiado confortáveis. O que quer que nos impeça de desacomodar deve ser contrariado e contribuir para derrubar as barreiras mentais que limitam o nosso crescimento.
Ganhar interesse e paixão por outras fontes de aprendizagem faz-nos sentir vivos e despertos. Afastam-nos da apatia de que muitos abusam e parecem nem se importar com isso. 
  
  

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