sexta-feira, 28 de março de 2014

Felicidade Presumida

Colocam-nos no mundo, dão-nos uma Vida, apresentam-nos a realidade e lá vamos nós patinando até ,por fim, encontrarmos um equilíbrio que nos faz aproximar de certas pessoas, fixar-nos num determinado lugar, conquistarmos coisas, memórias, afectos, ligações e, tudo isso, vai ganhando raízes e assumindo um prolongamento de nós e que inevitavelmente hão-de condicionar a nossa felicidade. Eles são a nossa seiva, o que nos move e o que nos faz reencontrar com a realidade todos os dias com a mesma esperança. Sabemos que o pior permanece à espreita mas nunca esperamos ser alvo da sua expiação. Nós que somos gratos por quem temos e pelo que temos. Seria injusto demais sermos castigados de uma forma tão madrasta.
Uma Vida representa muito pouco tempo para alcançarmos a felicidade plena e, ironicamente, bastam alguns minutos ou até segundos para cairmos em desgraça e devastarem a nossa vida, até ali presumidamente feliz. 
Porquê? Mas Porquê?
Nunca saberemos verdadeiramente porque fomos os escolhidos para carregar tamanha dor. Uma dor excruciante e que custa a passar. Ela ajuda a não esquecer e a manter viva a presença dos que partiram e que tanta saudade deixaram. Nada nem ninguém nos pode consolar.
Ficou tanto por dizer. Aliás ficou o principal por dizer. Podia ter dado mais de mim, ter sido mais atenta, mais presente, mais paciente, mais compreensiva, mais companheira(o), mais, muito mais. Pensamentos como este agudizam mais a dor.
Nunca saberemos por quanto tempo durará a nossa felicidade e que mudanças nas nossas vidas teremos que empreender para repormos um novo equilíbrio. Garantidamente, perdemos muito tempo com o risível, com a insignificância e quando damos conta já não há mais possibilidade de repô-lo e ocupá-lo de uma forma mais profícua, a distribuir e receber felicidade.
Estar vivo é uma dádiva que não pode, ou melhor, não deve ser desperdiçada inutilmente. Cuidemos melhor dos nossos dias, das pessoas que amamos, de nós, do nosso espírito, da nossa vida.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Epidemia do Amor

Não sou profeta do bem nem discípulo do mal mas sei a quem quero bem e de quem apenas quero distância. Principalmente sei a quem quero bem e desses não perco memória porque a eles sempre retorno mesmo quando andamos às avessas. Há um magnetismo qualquer chamado de Amor que nos empurra para junto deles. Apesar de saber que não são perfeitos, aliás são irremediavelmente imperfeitos, nossa Vida é bem melhor quando os temos por perto. Se bem que seria ainda melhor se nos comunicássemos melhor e, por conseguinte, nos viéssemos a compreender melhor ainda uns aos outros.
Fomos respingados pelo seu Amor e enfeitiçados até à medula e arriscamo-nos a imitá-los um dia.
É pior que perfume impregnado na roupa e envolvido com o nosso próprio cheiro, gerando uma combinação única. Eles também definem a nossa identidade. Só a eles pedimos o mundo e exigimos o mundo.
Há o ADN e há o NDA (Nada Domina o Amor). Um é o nosso registo genético e o outro uma evidência.
Tantas vezes me apeteceu correr na direcção contrária e fugir de certas evidências, porque não me revejo ou não me quero rever mas há algo em nós que resiste e é castigante quando tu queres destoar.
Quero quem me quer bem porque gostar é isso mesmo, troca, partilha, reciprocidade, reconhecimento, realização. O Amor confere-nos uma certa imunidade relativamente ao que corrompe o bem e protege-nos do mal. Quanto mais nos conservarmos no Amor, maiores são as nossas defesas.

Acordei o mundo

Najla tinha muita dificuldade em dormir. No seu entender, a vida podia acabar se se deixasse adormecer. Uma convicção implantada, desde a m...