A "sorte protege os audazes" ou "A sorte protege os capazes que ousam"?
De que tipo de capacidade estamos a falar?
Capacidade para fazer o que está certo e comprometer, sem destruir, nem apoderar, ou, servir, exclusivamente, fins próprios.
É dessa capacidade que estamos a falar ou há, outra, que nos está a escapar?
A capacidade de contagiar o grupo, as organizações, a comunidade, o meio envolvente, com efeitos propagativos e coletivos.
O que me parece, baseado numa percepção pessoal, demasiado recorrente, é que a capacidade explorada e desenvolvida é tudo menos generosa, altruísta, agregadora, galvanizadora do bem comum, mobilizadora e transformadora.
O seu propósito é fútil e ganancioso, desprovido de princípios, ética, valores e limites.
Ultimamente, tenho assistido ao esmagamento da integridade, da honestidade, das liberdades individuais, da responsabilidade social, da lealdade, do compromisso e da honra.
Os esforços, o trabalho, o empenho, a melhoria contínua, a entrega, os sacrifícios, trazem mais problemas do que ganhos. As atitudes vingadoras compensatórias são amorais. Cercadas de poder, cobiça, ambição desmedida, status, fama, visibilidade oca, passeiam o seu charme caro, mas pobre em autenticidade e conteúdo.
A aparência é a cabeça de cartaz, a protagonista, a angariadora de todas as atenções e recompensas.
O sentimento de injustiça é tão demolidor e a mensagem sobre ganhar vantagem e seus fiéis seguidores é tão declarada, que parece convidar a desistir e procurar isolamento nas ilhas Faroé.
Sem comentários:
Enviar um comentário