Ontem fui a uma sessão, organizada pelas psicólogas, residentes na escola, frequentada pelo meu filho e, em representação, de todo o agrupamento, abordaram o tema: A Saúde Emocional de crianças e jovens.
Para o efeito, convidaram
uma enfermeira da unidade de cuidados na comunidade.
A sua exposição sobre de
que forma os pais devem contribuir para a saúde emocional dos seus filhos, foi
baseada em dados científicos obsoletos e que não refletem a realidade atual.
Certamente, fizeram sentido num determinado intervalo temporal, provavelmente,
aquele que compreendeu o ano do meu nascimento.
As crianças e os jovens,
de hoje, têm acesso a informação diversa, em doses industriais, massivas, vivem
numa bolha, carregada de comodismos, cada vez mais, impacientes, agitados, ansiosos
e desconectados da realidade.
Eles selecionam o que
querem ver e os manipuladores de tendências, percebendo isso, oferecem conteúdo
direcionado e nada educativo.
A exigência mental que
este tipo de conteúdo oferece é nenhuma, gera habituação e desinteresse por
tudo aquilo que implique foco, esforço, trabalho e dedicação.
É composto por passagens
de recepção rápida e imediata, entendimento automático, com efeitos
nocivos no desenvolvimento psicossocial, sociocultural, intelectual,
educacional e mobilidade motora.
Quando a Senhora Enfermeira
convidada, tenta explicar a uma mãe ou pai, consciente, atento, informado,
interessado, que é preciso acompanhar, vigiar, sem invadir, orientar,
disciplinar, sem autoritarismos, nem permissividades, cuidar e amar, a minha
reação é de desconcerto total.
Essa receita, já nós
conhecemos e colocamos em prática, diariamente. Porém, não chega.
É preciso muito mais!
Mais intencionalidade,
mais interações, mais dinâmicas, outros entendimentos, outras percepções,
promover diálogos construtivos, convocá-los a pensar, trabalhar a sua
autonomia, desviá-los para aquilo que eles acham não gostar, mas que
desconhecem profundamente, inseri-los e integrá-los, através da escuta ativa,
livre de julgamentos, entendendo-os, conquistar sua confiança e convidá-los a
olhar, ouvir e pensar demoradamente, retirá-los da facilidade, resgatá-los e
desviá-los de ambientes comuns e repetitivos, sem benefícios emocionais e
mentais permanentes.
Não basta seguir o padrão habitual, ditado por especialistas, ocupados com outras especialidades e, longe, de perceber
os “dramas” reais da parentalidade, nos dias de hoje.
Sou totalmente a favor destas iniciativas de âmbito escolar, que convocam a participação dos pais e a sua responsabilização no bem-estar dos seus filhos e sempre que me chamarem, lá estarei.
No entanto, sinto que, estas
iniciativas respeitam formalismos, vinculados pelo ministério da educação e estão formatadas, no sentido de alertar, de forma ligeira e pouco explanada, pais e educadores, a intervir na educação
dos seus filhos, sem antes, os compreenderem e perceber, os contextos atuais em que eles estão inseridos.
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