Haverá pior dor que aquela sentida por quem não convive bem com as conquistas dos outros? A inveja é como um vírus, espalha-se e invade todos os espaços, contaminando todo o sistema receptor que só sabe reagir com indignação a qualquer pessoa que goze de uma melhor disposição que a sua. O que não é difícil. Afinal, quem sente inveja, sofre de má disposição permanente. As glórias dos outros são facadas no seu ego irado. Não sabe admirar o próximo, reconhecer-lhe valor, conceder-lhe destaque, prestar-lhe apreço, conviver com o sucesso dos outros sem se colocar em causa. A inveja é indisfarçável. Manifesta-se como uma reacção química, carregando o nosso corpo de uma tensão nervosa, pronta a disparar em todas as direcções, sem poupar nada nem ninguém. Ela alimenta-se da gordura saturada que a faz inchar de veneno, desperdiçando o que é nutritivo, saudável e que a faz crescer com vitalidade.
Os doentes de inveja são perseguidos por um único demónio, ou seja, eles mesmos.
Para eliminar melgas, mosquitos, baratas, moscas, formigas e todos aquelas nefastas visitas caseiras temos uma linha completa de inseticidas que se encarrega de as fulminar. Até para erradicar fantasmas existe o popular esquadrão ghostbusters, que assegura um serviço cem por cento eficaz. Para ser imune à inveja não faltam amuletos com promessas vãs. Haverá pior bicho rasteiro que a inveja? Nem os ratos procriam tão rápido. É uma das maiores senão a maior epidemia do século vinte e um.
Faço um apelo aos cientistas do mundo inteiro que unam suas preciosas massas encefálicas e juntos criem um concentrado químico que evite a propagação dessa peste humana também considerada um dos sete pecados mortais. O Prémio Nobel da Química era garantido e merecido.
Com o apoio de Futre, charters de chineses não demorariam a copiar a fórmula e comercializá-la a um preço bem competitivo.

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