quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Não pertenço aqui mas sou uma presença aqui.

Não pertenço aqui mas sou uma presença aqui.
Dá para entender? 
Muitos saberão do que falo.
Melhor ainda, muitos estão a sentir, neste preciso momento, aquilo que quero dizer.
Habituados ali estar e, principalmente, a habituar os outros à sua presença e que esta será para sempre, até sermos velhinhos.
Tal qual aquele miúdo cumpridor, porém inquieto e que suspira pelo toque para o recreio, para se libertar da repressão diária sentida e gastar energias em algo mais prazeroso, o mesmo também lhe acontece a si e eis que chegou o momento de correr para o recreio e dar uns pinotes valentes.
O que é que me havia de dar agora.
Questionar o modo de vida ao qual eu sempre me propus.
Devo estar a ficar sensível perante as contrariedades quotidianas que, por acaso e nos últimos tempos, têm sido sempre as mesmas.
Qual a novidade?
Convivo com elas todos os dias e todas elas
têm o nome que, curiosamente, está também estampado no tapete à entrada do edifício, que me acolhe à vinte anos e uns trocos, lá prós lados de S. Mamede do Esgotamento. 
Não se aflija!
A sua estranheza a este comportamento súbito de contrariação é perfeitamente normal e espectável.
O seu cérebro não está avariado, nem prestes a avariar.
Está apenas a exercer o contraditório.
O seu cérebro não ignorou a sua insatisfação e promoveu diálogos internos, não para o confundir, mas para o ajudar a mover ações para sair desse estado.
É a sua oportunidade de emergir!
E se hoje for a última vez que pisa aquele tapete?
Que sensações lhe provocariam?
Que benefícios lhe iriam trazer?
O que faria no momento seguinte e que já não faz à muito tempo por não haver oportunidade?
Já imaginou?
Continue a imaginar e quando a despedida se impuser e trespassar a porta automática do edifício e a brisa fresca o beijar, saiba que não estará só e os seus irão agradecer.

 
 






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