Numa manhã quente de agosto, quando me preparava para sair do aparthotel e passear pelas calles de Salamanca, sou atraída por uma notícia de última hora, que anuncia o desaparecimento de uma jovem madrilena, de 18 anos, a passar férias na Corunha. O seu nome é Diana Quer.
Escrita livre que, convida a pensar e sentir. Com a Escrita, empreendo fugas oportunas. Atribuo interesse aquilo que parece não ter interesse nenhum. Entendo que, a genialidade é mesmo essa. A Escrita Gourmet tem o seu próprio paladar mas, nem todos o saberão entender. Provavelmente, só os espíritos mais sensíveis encontrarão afinidades, semelhanças, identificação, emoções, realidades diversas, meio mundo, todo o mundo. Encontrarão aquilo que, a disponibilidade dos seus espíritos permitir.
quarta-feira, 4 de setembro de 2024
Escapei por um triz
Numa manhã quente de agosto, quando me preparava para sair do aparthotel e passear pelas calles de Salamanca, sou atraída por uma notícia de última hora, que anuncia o desaparecimento de uma jovem madrilena, de 18 anos, a passar férias na Corunha. O seu nome é Diana Quer.
sábado, 31 de agosto de 2024
Máquina Diabólica
Eu
assumo, em tom de penitência, que sou bruta com a minha máquina de
café. Até tenho vergonha de confessá-lo, mas quem diz a verdade, não merece
castigo.
Será
que alguém se identifica comigo, neste acesso de loucura repentino e
repetitivo?
Sinto
que, ela pressente o meu vício e urgência imediata em tomar um shot quente de
café e tenta boicotar a minha vontade. Assim que, coloco a cápsula no encaixe
próprio e tento fechar a tampa, um universo todo conspira contra mim. A tampa
recusa-se a fechar e a gaveta, depósito das cápsulas, não abre, um riacho de água
com sujidade, se acumula junto à máquina diabólica, enquanto, suo e ressaco, numa
cadência descompassada desesperante, que me impede de desistir.
Esta
batalha dura 5 a 10 minutos mas, para mim, parece uma eternidade, contudo, compensa
todos os esforços suados e desesperados para, no fim, beber a minha bebida
estimulante preferida.
Beber
café representa um mimo que eu ofereço a mim própria, uma pausa reconfortante
que me desvia das maçadas do dia a dia. São demasiadas pausas, demasiados cafés
e um prazer antigo, do qual não abdico.
Como todo o viciado, rejeito essa condição que me querem colar de dependente. Se quiser, abandono de imediato este meu prazer, só preciso de encontrar um melhor substituto para o café.
De vez em quando e isto agora vai soar paradoxal, reduzo as pausas, na tentativa de estabilizar a taquicardia e só regresso, quando a frequência cardíaca volta à normalidade. As minhas pausas curtas incluem café, a droga quente e aromática mais bebida do mundo e com uma legião de adictos.
A oferta de um café é um ato de excelsa generosidade, que me leva às lágrimas e quem o faz merece constar das minhas boas orações. Para além disso, a oferta de café é um excelente desbloqueador de conversa e a oportunidade de abrir clareiras, de outro modo, intransponíveis.
Se me dão licença, está na hora da minha pausa para café, com vista para o Santuário da Nossa Senhora do Alívio e mais além.
sexta-feira, 30 de agosto de 2024
DESNUDA
*** SE MORRESSES AMANHÃ… ***
… e pudesses escolher uma lista de coisas para fazer…
A oportunidade de recuperar a memória dos lugares, pessoas e
momentos, onde fui realmente feliz e regressar a eles, supera qualquer viagem
que gostasse de fazer. Infelizmente, a nitidez da memória que grava os
acontecimentos bons é muito fraquinha e isso, sempre me prejudicou.
2. Qual era a tua última refeição?
Uma bola de Berlim recheada de creme e polvilhada de açúcar
granulado.
3. O que dizias num
último post?
Como sou do tempo da
escrita em papel e o prazer da escrita, nasceu desse gosto de escrever em
cadernos com marcadores pretos ou esferográficas, com tinta que escorre bem, deixarei
uma carta para as pessoas da minha vida.
4. Para quem é que fazias
o último telefonema?
O telefonema é muito impessoal e promove uma distância, que não revela fielmente o que queremos dizer.
5. Qual era a tua última bebida?
Um sumol de laranja, bem fresco
6. Qual era a banda sonora ou playlist do teu
último dia?
Ia em silêncio
Eu estou, constantemente, a desculpar-me e a agradecer, a tudo
e todos, num exercício interno diabólico e castigador, que me retira paz e
liberdade para agir em função de mim, do que gosto e daquilo que me faz feliz.
8. A quem é que vendias o teu carro?
Não vendia. Fica tudo!
9. A quem é que dizias AMO-TE?
A mim mesma. Algo que nunca
disse, porque nunca senti.
Quero acreditar que as
pessoas que amo sentem o meu amor, com ou sem verbalizações.
Não partirei sem dizer,
a cada um deles que os amo profundamente.
10. Qual era a última coisa que compravas?
Não comprava nada.
terça-feira, 27 de agosto de 2024
#BULADOSVIVOS
Eu amanheci bem mas, esbarrei com pessoas pouco ou
nada matutinas e quando quis ignorá-las, meu ego
ressentiu-se e um ego ressentido, cuidado, contamina
tudo o que move.
Tentei voar para o espaço sideral e ultrapassar o limite
da terra mas, como esqueci de contar até dez e
respirar fundo, perdi o voo e a manhã, que tinha começado tão
bem.
sexta-feira, 9 de agosto de 2024
BLOQUEIO CRIATIVO
terça-feira, 9 de julho de 2024
A MORTE ACENOU-ME DE LONGE
sexta-feira, 24 de maio de 2024
quarta-feira, 22 de maio de 2024
Inquietações de Mãe
Cala e Aceita.
A mim custou-me horrores, calar e aceitar, principalmente, quando me retiravam a palavra, me ignoravam, desvalorizavam a minha participação e não compreendiam as minhas dores, o meu descontentamento e frustração.
Hoje, sou mãe e tento contrariar essa obediência cega, da qual fui vítima e procuro dar oportunidade ao meu filho, de se expressar, de expor os seus motivos, desabafar, convencer-me a mudar de opinião e, sobretudo, entendê-lo melhor. Uma missão nem sempre fácil e serena.
Para além de existir um gap geracional entre nós e um histórico de vida, que me permite antecipar cenários, consequência de comportamentos repetidos, há uma vontade própria que se quer impor, ingénua, contrariadora e que rejeita ser disciplinada.
Sempre que o convoco a cumprir as suas tarefas e tomar consciência do excesso de tempo entregue aos gadgets e a necessidade de se desviar desse mau vício e experimentar ler, escrever, desenhar, tocar um instrumento musical, praticar desporto, desenvolver as suas capacidades de outra forma e, sobretudo, não desperdiçá-las, contraria-me e reage como se atacasse a sua personalidade.
Por vezes, a temperatura das nossas conversas sobe e dou por mim, a imitar os meus pais e fazê-lo sentir-se culpado pelas suas escolhas e atos.
É neste preciso momento, que o perco para o quarto.
No silêncio, me culpabilizo por não saber agir com maior maturidade emocional e evitar fragilizá-lo.
Os gatilhos do passado foram ativados, bem como, os receios de o perder para uma vida triste e insignificante.
terça-feira, 21 de maio de 2024
Engorda Olfativa
Acordei o mundo
Najla tinha muita dificuldade em dormir. No seu entender, a vida podia acabar se se deixasse adormecer. Uma convicção implantada, desde a m...
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Qualquer artista teme perder um dia a sua criatividade e jamais conseguir criar arte. O Pânico é real e atormenta a classe artística que, po...
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Egos tantos Egos a gritar, tantos a querer manifestar-se e, nossos sentidos ofendidos consomem-se, a tentar compreender o que querem dizer,...

