segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Também Te Amo

Três Mulheres reúnem-se à mesa. Almoçam descontraídamente e soltam seu veneno, que dispara em todos os sentidos, sem poupar nada nem ninguém. Falam sem pudor e sem arrependimento. Destilam maledicência sobre seus companheiros, suas colegas de trabalho, suas cunhadas, suas irmãs, seus cunhados, suas sogras, suas amigas e adoram  dissecar suas Vidas perante estranhos. Se pudessem, aproveitariam a tarde para hostilizar todos aqueles que com elas convivem directa ou indirectamente. Adoram construir cenários, sem bases sustentáveis que solidifiquem uma opinião construtiva, só para ter do que falar, ou melhor, do que comentar.
Nem sei se estas mulheres amam verdadeiramente alguém ou fingem amar. Impiedosas, condenam todas as atitudes das suas congéneres, repetidamente e num tom que denota muito conhecimento na matéria. De vez em quando, aliviam a tensão com a inclusão do tema filhos na conversa, mas depressa escorregam na vitimização. Carregam o peso de mil e uma tarefas, que se gabam de acumular sem ajudas e insistem, em esfregá-lo na cara dos seus companheiros, que continuam sem saber as razões do seu destempero. Se eles oferecem ajuda, rejeitam e depois condenam a sua passividade. Se fossem mais sinceras, assertivas e incisivas nas suas vontades, não haveria tantas batalhas caseiras. A volubilidade das Mulheres desespera os Homens, que nunca sabem qual sentido elas vão tomar. Essa volubilidade até seria apreciada na intimidade, com a personificação de várias facetas da mulher poderosa.
Eles não vão reconhecer seu esforço, se essas ocupações que as Mulheres decidem assumir, as desviarem do mais importante na relação. Tempo para Amar sem tabus.
Até as sessões de sexo são agendadas e cronometradas, não vão estas estenderem-se e roubar-lhes as horas de sono recomendadas, que as farão sobreviver a toda a agitação do dia seguinte. Prescindem dos preliminares e orientam os seus parceiros na dominação do seu ponto G. Propulsor do máximo prazer.
Muitas vezes, chegam a questionar o seu papel de companheiros para a Vida e a considerá-lo inútil e dispensável. Afinal elas dominam todas as matérias menos uma e, justamente, aquela que eles tanto apreciam numa mulher. Os seus companheiros querem sentir que elas ainda precisam deles e do seu Amor. Em vez disso, estas Mulheres mostram-se insatisfeitas e arrependidas. Implacáveis a repreender todas as atitudes dos seus Homens.
Já deveriam saber que as Mulheres são mestres a acumular tarefas e executar todas elas ao mesmo tempo, enquanto os Homens, não misturam tarefas e dedicam-se a elas exclusivamente e só transitam de uma para a outra, após terminada a tarefa anterior com sucesso. A sua abrangência é circunscrita ao que é mais prioritário, enquanto para nós Mulheres tudo é prioritário e urgente. Se desacelerarmos um pouco, talvez eles nos consigam acompanhar melhor e ser-nos úteis. Acho que alguns já se habituaram a que nós façamos tudo sem a sua colaboração. E de quem é a culpa? Obviamente, a culpa é das Mulheres que querem triunfar em tudo e custam em delegar, temendo não resultar na sua idealização de perfeição.
Amuam constantemente e quando interrogadas sobre a razão desse amuo atiram com um ambíguo NADA que os deixa cada vez mais confusos e sem palavras.
Sempre tão exigentes com o comportamento masculino e, curiosamente, tão facéis de agradar. Sair para jantar satisfaz seus desejos de exibir seu look novo e arrasar, além de acabar com qualquer amuo. É cartada ganha. Não falha.
Tudo para as ver felizes e vulneráveis. É esse o pensamento masculino. 
O Pensamento delas é Ser a Única que o faz feliz.
Complicado????????????????????? Muitoooooooooooooooooooooooooooooooooo :D 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Sniper


Um quarto vazio, apenas um telefone ligado à ficha, acompanhado por uma lista telefónica, uma janela de postigo gradeada, um cheiro fétido a humidade entranhada, um relógio de parede a marcar o peso do silêncio, um homem curvado, esconde a cara entre os joelhos e luta com pensamentos ruins. Tudo à volta é triste e desolador. Parece que a esperança morreu ali.
O telefone toca e quebra o silêncio profundo, despertando a mudez do homem, que sem esforço, num único movimento, alcança o auscultador e num tom de voz impessoal, responde ao seu interlocutor, que lhe confia uma ordem de comando. Obediente e decidido, abandona o buraco húmido e sebento, para cumprir mais uma missão que o graduará na especialidade do Mal, que contamina o Mundo.
Convenceram-no de que era má pessoa, só porque tropeçara nalguns erros de percurso e, por isso, fora programado a cometer atrocidades, para gáudio dos seus educadores. Alfabetizaram-no para o mal, deram-lhe um rumo, traçaram-lhe um destino, atribuíram-lhe uma Vida, integraram-no e ele só tem que ser grato e obedecer sem questionar. Ensinaram-no a crescer na escuridão e a defender-se às cegas. O medo, com o qual conviveu so many times in so many ways, preparou-o para agir com frieza e muito método, aperfeiçoando a sua técnica de assassino profissional. A sua experiência leva-o a inspirar-se no medo e atingir os seus objectivos com muita determinação, sem se desviar do seu compromisso para com os seus orientadores. Nas suas missões, não há lugar a empolgações, nem excessos de vedetismo, que comprometam a perfeição do acto em si e venham a abrir fendas, por onde se esgueiram as vontades próprias, de quem não se soube controlar e arriscando catastrofizar o momento.
Não há desvios, não há hesitações, não há recuos, não há remorso, não há adiamentos, não há precipitações, não há desperdícios, não há erro.
Este homem verga-se à perfeição e trabalha-a compulsivamente. Dentro da sua desconstrução mental, a busca da perfeição é o único traço de normalidade que nele podemos vislumbrar. Tudo o resto são distúrbios.
Age isoladamente. A companhia só o faz distrair-se das suas prioridades. A sua maior defesa é não manifestar-se em absoluto sobre coisa alguma e assim passar despercebido. A sua capacidade de parecer invisível arrecadou-lhe bons serviços e a confiança da sua clientela fiél.
Apesar de ainda não ter perdido a habilidade e perícia de sniper, teme ser vítima da perda de defesas, consequência do avanço da idade. Não se encara num lar para idosos, a limpar a sua carabina, que tantas baixas provocou. Nem se encara a socializar com os velhinhos incontinentes de pantufas e roupão.
Se calhar quando essa fase chegar, regressa ao buraco húmido e ordena ele próprio a sua morte.  

sábado, 20 de agosto de 2011

Viva o Verão



Meio dia, um sol abrasador, guarda-sóis hasteados, filtram os raios intensos, esplanadas sem fim, vaivém de bandejas pesadas, cobertas de bebidas frescas, leques nervosos tentam combater a agonia de mulheres maduras e acaloradas, repuchos de àgua fresca salpicam os incautos, que se deixam refrescar com agrado, belezas desfilando semi-nuas, despertam interesse, euforia na fila dos gelados de muitos sabores, muita sedução e noites longas. É assim o Verão de curta duração mas sempre inesquecível, que o diga David e sua trupe de amigos festivaleiros. Brutal é a palavra de ordem, que eles adoram abusar em todos os Verões que passam juntos. Clima brutal, música brutal, ambiente brutal, férias brutais, animação brutal, noites brutais. Tudo bons motivos para gozar de pura diversão. Aliás, parecia tudo estar garantido para mais um Verão, alto em boas sensações. Na verdade, as premissas estavam lá todas. Só não estava David. O maestro da boa disposição.
Estranhamente, David desapareceu sem deixar rasto. Nem um bilhete de despedida. Absolutamente nada, que pudesse conter uma pista do seu paradeiro. Quem com ele conviveu diz ser um sonhador cheio de vontades e com um lado optimista tão apurado, que não conhece barreiras.
Agora, desconfiam se não seria uma máscara para esconder o seu Eu verdadeiro. Muito se especulou à volta do seu desaparecimento.
O seu lado aventureiro podia tê-lo impelido a programar uma viagem pelo Mundo com várias paragens, cenários a perder de vista, múltiplas experiências, amigos de ocasião que deixam saudades, algumas tentações, lições de vida, outros costumes e outras fomas de vida.
Será que David empreendeu uma ida sem regresso mas agora que quer regressar, esgotaram-se suas economias? Algo que também chegou a ser ponderado. No entanto, seria demasiado improvável dada a esperteza de David, astuto a libertar-se de enrascadas bem mais complicadas. Nenhum sinal seu. Todas as possibilidades foram exploradas sem sucesso.
Sua família recusava conformar-se com o seu sumiço. Sua implicância era evidente quando David expulsava a sua espontaneidade. A quem ele saíria tão louco? Interrogavam-se. Pois bem, a sua loucura é saudável e tem um nome. Chama-se Juventude. Custaram a entender a intensidade dessa passagem obrigatória e agora, querem-no de volta no seu registo próprio.
A chegada do período estival empolou a sua memória. Sua convivência ganhava maior expressão no Verão. Esta será a primeira vez que seus amigos ficarão impedidos da sua presença. Em todo o caso não podiam acabar com a magia da melhor estação do ano e desonrá-lo. Afinal ele era a grande figura do Verão.
Reunidos numa esfera de good vibe, relembravam os melhores momentos de David no Verão passado e sem se aperceberem, alguém se aproximou e desfez o cenário, resgatando-lhes total atenção. Era o nadador salvador, alertando-os para a mensagem que rasgava os céus da praia de Melides e que talvez, os pudesse interessar. Dizia: Viva o Verão. David Likes 


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Piano Mágico


Soaram as vinte horas no relógio vertical que marca o estilo clássico da sala de jantar, com seu frondoso lustre de cristal, mobília de estilo, carpete em relevo, trabalhada manualmente com fios de seda, o luzidio piano de cauda Shumann e sua banqueta em veludo encarnado, candelabros em prata, que saltitam de móvel em móvel, emprestando-lhes a sua graciosidade altiva. Aos poucos os presentes foram chegando e instalando-se em seus lugares habituais, cumprindo mais um ritual familiar, que instiga uma convivência programada e nem sempre desejada. Naquele instante, todos saem das suas tocas, interrompem seus caprichos pessoais e, ordeiramente, descem para jantar. Com ou sem fome, garantem sua presença, cabendo a eles decidir se vale a pena quebrar o silêncio com suas participações activas na animação daquele momento, que se repete todos os dias, sem excepções. Mil calorias depois, dispersam-se e voltam a fugir para a segurança das suas tocas. Alguém se ocupará do resto. A sala volta a ficar vazia e impecavelmente arrumada para o próximo encontro.
O gato persa invade com cautela a living room, temendo ser engolido pelos antepassados, congelados nos retratos que forram as paredes, bem isoladas da passagem da modernidade.
Ouve-se apenas o tilintar cerimonial das grinaldas de cristal que iluminam todas as raridades daquele espaço de convívio.
A juventude ocupou o andar de cima, transformando-o numa resistência à permanência da antiguidade.
Gustavo, prevenindo invasões, colou na porta do seu santuário um Not Disturb com neóns luminosos, oferta de Miss Dangerous, sempre atenta à sua frequência assídua na Strip House. Além de ter sido agraciado com um presente de extrema utilidade, para um jovem cheio de secretismos, como ele, também recebeu especial destaque no mural da Strip House, com um nome mui a preceito. Pure Touch. Se bem que, o que Gustavo procura, para além de um touch particular que comunique com vários estímulos, é a sensação de ser um Homem completo.
No quarto, ao lado do seu, habita a ingenuidade de Belinha, que farta-se de sonhar com o princípe encantado e seus rasgados elogios à sua jovem beleza. O Tal que a faça sentir uma princesa, dona do seu coração. Infelizmente, até aqui só tem encontrado sapos, sem tacto para a sua delicada veia romântica.
No outro aposento vive Joel e suas obssessões ambientais. É nesse espaço que aproveita para dirigir a sua campanha de sensibilização ecológica. Não há um único objecto no seu ecossistema, que não seja reciclado. Até as descargas sanitárias lá de casa são controladas por si, bem como, o consumo do papel higiénico. Todos foram intimados a reciclar. Até mesmo o gato fósforo, não escapa a essa intimação.
Os banhos são vigiados e todos os gestos que comprometam o ambiente.
Sua namorada não aguentou a pressão e abandonou-o com justa causa. Toda a Mulher sucumbe a alguns luxos. Para Joel, luxo é sinónimo de desperdício e desgoverno.
Cátia alcançou o seu limite, quando ele começou a implicar com o seu gasto em guardanapos de papel, nas suas raras saídas para comer pizza.
Os pais, isolaram-se no andar de baixo, onde se cultiva a rigidez familiar e o respeito pela tradição geracional.
O gato fósforo é o único a conviver com ambos os mundos e a lamber as feridas de uns e de outros.
Quando a Mãe Ester quer convocar os três para colaborar nos compromissos domésticos, recorre ao seu assistente fósforo e sua hábil capacidade de captar atenções. Ao bichano ninguém nega atenção.
Até o Pai Agostinho se afeiçoou a ele e não prescinde da sua presença, quando se barrica na garagem, para matar o seu vício do bricolage.
Antecipando as badaladas histriónicas do relógio quartzo, Ester experimenta romper o silêncio, recuperando o seu talento musical através da domesticação do piano, que durante anos não passou de um objecto decorativo. Em sobressalto, Gustavo, Belinha e Joel, são atropelados por algo inesperado e que os remete para o prazer que sentiam quando a Mãe tocava para os adormecer. Já se tinham esquecido de quão importante foi o seu crescimento ao som de Shumann. Apesar do seu som ser um excelente calmante, também trazia animação à comemoração dos seus aniversários. Tudo dependia da melodia nele reproduzida.
Hoje acumulam vários interesses que os desviam do contacto familiar desinteressado. 
Mesmo assim sentem que, ainda faz sentido estarem juntos, apesar de todas as distracções a que estão sujeitos.
O relógio deixou de atacar os seus silêncios individuais. A suavidade das notas que o piano evapora, passaram a reclamar suas presenças sem incomodar seus sentidos. Aos poucos encaram a interrupção dos seus egoísmos pessoais, como um bem necessário a cultivar, para que não se perca o espírito de coesão familiar.

Desilusão


Dizem que o tempo cura tudo mas será que, limpa as mágoas que se foram acumulando com os sucessivos abalos dos quais fomos sendo vítimas? Conviver com esses espinhos faz-nos desenvolver defesas, que irão impedir interacções entusiasmadas e que contemplem uma entrega total de nós mesmos. O medo de sermos novamente magoados, retira-nos liberdade para agir sem rede e sermos movidos pela inconsciência.
Quando remexem nas nossas emoções, tudo muda. Nossa perspectiva muda. Nossa predisposição muda e tudo passa a ser avaliado e processado com outro pormenor. Não haverá mais distracções, confianças desmedidadas, disponibilidade total, concessões, compaixão ou perdão. Esgotadas todas as possibilidades de conciliação, fechamos um ciclo e começamos outro, com mais cautelas e menos descuidos. Nem se trata de ter razão ou querer ter razão mas, decretar um fim para aquilo que não tem futuro e se aprofundado irá alimentar mais discórdias, mais dor, mais batalhas perdidas e uma barreira de aço que confirmará o nosso total desentendimento. Sabermo-nos retirar de cena e isolarmos num recanto escondido da memória, as ofensas, os ataques sem sentido, a falta de reconhecimento, a falta de respeito, o desaproveitamento da nossa dedicação, a desconsideração das nossas manifestações de afecto, a expiação dos nossos comportamentos e sua permanente conotação negativa, quase sempre, assente em más interpretações, torna inevitável, o nosso afastamento e evita prolongar mais o sofrimento. Chegamos a colocar em causa a nossa própria essência e achar que há algo em nós que suscita todo este mau estar e que, devemos incrementar mais tentativas de aproximação, que reponham a nossa boa união. Essa insistência precipitará mais cobranças, mais chantagens, mais réplicas do descontentamento instalado.
Ao permitirmos que destratem a nossa essência, a nossa maneira de ser, a nossa identidade, rebaixamo-nos aos caprichos de quem se sente incomodado com nosso jeito. Tentar entender os porquês de já não haver mais encanto em nós, que promova a continuidade de uma boa empatia, implica diabolizarmo-nos. Não merecemos ser massacrados por sermos como somos, nem devemos agir contra a nossa própria autenticidade. Quem abusa de nós dessa forma só merece indiferença pelo que não soube aproveitar. Talvez o tempo dissipe as marcas da desilusão ou talvez não. Difícil será repor a cumplicidade, que se veio a perder com o descontrolo emocional de quem não soube conquistar o seu lugar sem impôr um trono.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Imperfeição


Vai soar estranho, mas eu sempre quiz ter a capacidade de descolar-me do meu corpo e poder estar do lado de quem me vê e me julga, para saber ao certo qual a imagem que eu transmito. Sei que não sou condescendente comigo mesma, nem me poupo com a minha própria intransigência e forço-me a ser do jeito que toda a gente gosta. Fui educada a não desagradar os presentes mas o que eu sei fazer melhor é chocar e provocar diversas e diferenciadas reacções.  Acredito até que, os mais amados são aqueles que pouco se importam com o julgamento dos outros e vivem sem aprofundar as manifestações que giram à sua volta. Retiram-lhes toda a sua intensidade e encaram-nas como automatismos de defesa que escapam às suas vontades e estão cimentados numa repetição daquilo que lhes foi transmitido. Na verdade, até faz sentido mas, na realidade, todos nós caímos nas malhas dos outros e na necessidade de aprovação. Nós só nos garantimos tendo a chancela do próximo. Eu só serei feliz se alguém me compreender e me incluir num núcleo que me saiba compreender, senão serei uma outsider grudada no espelho à espera de respostas que eu não consigo obter. Isto de depender dos outros para nos sentirmos bem é sádico, mas é assim que funciona na maioria das vezes, até porque fomos programados nos mandamentos cristãos, que colocam o outro como o fundamento para aferir a nossa boa criação. "Ama o próximo como a ti mesmo". Bem, este mandamento fomenta um espírito altruísta inigulável. O próximo pode ser o maior imbecil à face da terra mas, mesmo assim, continua a ser nosso dever amá-lo e respeitá-lo. Esta qualidade de bom samaritano colide com o meu sentido apurado de justiça social.  Não tenho nem nunca terei essa capacidade de amar toda a gente, nem quero amar toda a gente, pois nem toda a gente é digna do meu amor. Se já me custa respeitar alguns géneros de ser não me obriguem a amá-los também. Como também não posso crucificar aqueles que não conseguem gostar de mim. Apenas tenho que aceitar que não sou um ser consensual. Uns gostam, outros nem por isso. Não sei se vale a pena mover esforços para que gostem de nós quando quem nós somos deveria bastar para criar empatias. Apenas devo ao outro a minha autenticidade, com tudo o que de bom e de mau ela tem, mas pelo menos garanto aquilo que sou. Esse sim, deveria ser um mandamento divino. "Sê autêntico como só tu sabes ser".
Certamente quem criou o mandamento "Ama o próximo como a ti mesmo", estava a pensar em seres alados, sem alma. A carne que reveste o osso e o sangue que aquece o nosso corpo não nos dá margem para fantasias, nem para disfarçar nossa fraqueza humana. Ela existe. Não a podemos negar.
Nasci na imperfeição e vou morrer na imperfeição e não há nada a fazer senão contrariá-la, pois jamais deixarei de cometer erros, ofender alguém, desiludir alguém, desagradar alguém e tropeçar na minha própria condição de Ser com falhas. A paga para estas minhas fraquezas é aturar o mesmo dos outros, que como eu também não são perfeitos.   


terça-feira, 26 de julho de 2011

Personagens Menores


Esta história pode ser apresentada de duas perspectivas. Sob uma perspectiva cómica ou sob uma perspectiva trágica.
Três personagens, três vidas, três criaturas sem noção, num só espaço, desdenham de tudo aquilo que não compreendem e que se apresenta melhor que elas.
Chamemos à nossa primeira personagem Fedora. Ela é a rainha do Fedor. Tudo lhe enoja mesmo antes de sentir ou de provar. Mulher intrometida, inconveniente e sem educação. Julga que tudo lhe diz respeito e sobre tudo tem que opinar. Impiedosa a criticar os outros, que destoam da sua maneira de ser. Raramente coloca em causa as suas acções, que quanto a si são sempre as melhores e as mais adequadas. Procura, constantemente, um alvo a perseguir como forma de entretenimento e para coleccionar matéria que quebre com a sua imensa falta de espiritualidade. É incapaz de ficar em silêncio, perscrutando seu próprio interior. O bem estar dos outros afecta-a de tal maneira que não consegue evitar detonar a felicidade alheia, com seus desabafos infelizes e carregados de inveja. Não reconhece mérito nos outros e, sem contexto algum, reclama atenção colocando em evidência ela própria e os da mesma criação que a sua. Não oferece qualquer surpresa nem deslumbre, só pena. Sua altivez desconcerta-nos porque só testemunha a sua própria mediocridade interior.
A segunda personagem consegue ser mais moderada em algumas manifestações próprias de um Ser Menor. Chamemos-lhe Bexiga. Apresenta-se tal qual uma víscera oca que se julga muito imprescindível e de extrema fiabilidade. Chega a ser irritante sua sapiência saloia cada vez que tenta auto-promover-se, a toda a hora, sustentando-se em nada concreto, nem tão pouco relevante. Sempre que pode, rouba o momento do outro para tentar surpreender a plateia, tentando convencê-los de que sabe o que diz. Na verdade, ela expulsa aquilo que os outros já mastigaram. Seu raciocínio é básico e pobre em conteúdo. Adora imitar e chamar a si o que não é da sua autoria. Defende-se antes mesmo de ser atacada, com medo que a desmascarem. Parece aquele miúdo incontinente que tresanda a urina e mesmo assim tenta esconder o óbvio até às últimas consequências, para não parecer mal e reprovável. 
Seu cérebro não consegue filtrar aquilo que não carece de verbalização. Comunicar sem pensar é um hábito recorrente da Bexiga. 
A terceira e última personagem é uma combinação destas duas mas numa versão agravada. Chamemos-lhe Obtuso. Este nome assenta-lhe bem mas outros há, que também o descreveriam na perfeição. 
O género é tão insuportável que até receio ao invocá-lo empestar meu pc com uma torrente de vírus nocivos e altamente destrutivos. Sem graça exterior, nem interior que compense. Amargo como rabo de gato. Seco e árido, afasta todas as espécies incluindo as rastejantes. Insensível, preconceituoso, maldoso, impiedoso, intolerante, são as características que melhor o identificam. Pode parecer implacável e cruel a minha apreciação mas só quem convive de perto pode comprovar e até desaconselhar sua presença nefasta.
Atormentado por um sentimento de inferioridade profundo tenta abafá-lo com sua arrogância inconsistente. Suas exibições demonstram ressentimentos inultrapassados. Não sabe perdoar nem reconhecer que errou. 
Em vez de se esforçar por melhorar-se enquanto pessoa, prefere vingar-se do mundo como se o mundo não o merecesse. Assustador é saber que se auto intitula um cativador de almas perdidas e em perigo. O seu poder tem tudo menos de curativo. Ele próprio é um ser incurável que não sabe amar o outro.
Fedora, Bexiga e Obtuso são uma irmandade de profetas da pobreza interior, que não chegam a fazer história.
Lamento mas o que quer que fosse que surtisse da combinação destes três resultaria desagradável. Ninguém merece. 
Qualquer semelhança com estes perfis é pura coincidência. 

terça-feira, 19 de julho de 2011

Sucumbir à Dor


A Luz apagou-se, o coração acusou batimentos cardíacos cada vez mais fracos e acabou por decretar falência, os sentidos desligaram-se. O sangue deixou de se espalhar e bombear as artérias, o corpo arrefeceu e rapidamente virou alimento de larvas, que atraídas pelo seu intenso odor, formaram uma gigantesca legião desordenada e faminta.
Sua alma levitou como uma sonda no espaço e sem deixar rasto partiu, deixando apenas a consolação de ter partido em paz.
Inconsoláveis, estavam as figuras vestidas de negro, que sem desgrudar, velavam o corpo, empregando ainda mais profundidade ao momento fúnebre. Quanto mais consumidos pela tristeza melhor. Mais tarde serão recordados como os mais afectados com a perda, que o tempo se encarregará de esbater.
Frases consoladoras saídas de um qualquer manual de boas maneiras rebentam com a nossa dor, porque teimam em querer apagá-la.
É uma batalha perdida e inútil. Para quê remediar o irremediável, com palavras de apoio que só sabem interromper nossa necessidade de privacidade. Nada disso nos alivia, nem é nosso propósito aliviarmo-nos. Afinal a dor é a única demonstração de Amor que nos resta e, por isso, não procuramos conforto nessa onda repetitiva de condolências gentis.
Não nos queremos despedir. Não queremos atirar para o passado o que previmos ter no futuro. Não nos queremos libertar da dor, ela prende-nos áquilo que recusamos abandonar apesar de nos ter sido retirado. O facto é que sabemos que a partida daqueles que mais amamos e veneramos, não impede o nosso percurso de Vida e essa evidência deprime-nos ainda mais. O pior é que ultrapassá-lo não resultará fácil enquanto as recordações recentes não se desvanecerem mas, com a passagem do tempo não restarão mais motivos para reviver o que não se pode recuperar e tudo aquilo que foi importante se evaporará.
Queremos impedir a passagem do tempo e comandar o nosso pensamento para aquele ou aqueles momentos em que fomos tão felizes e cúmplices. Queremos continuar a ser dignos do Amor dos ausentes e ficar suspensos por um sinal da sua omnipresença, que ditará a continuidade do nosso amanhã numa busca incessante por algo que nos aproxime deles.
Algo mudou e é essa impermanência que nos assusta. Aquilo que não podemos controlar coloca-nos numa posição muito vulnerável, sacrificando a nossa resistência à dor.
O sofrimento não honra os ausentes nem os faz ressuscitar. Viver Felizes é o melhor tributo que lhes podemos prestar porque foi assim que eles nos fizeram sentir e continuariam a fazer sentir. É nossa missão retomar esse ciclo de felicidade.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Pensamentos Soltos


1. Ideais não há.

2. Pessoas ideais também não.

3. Ser Feliz é uma escolha.

4. Justiça demorada perde eficácia.

5. Sonho nem sempre vira realidade mas, pode aproximar-se.

6. Amar nem sempre faz bem mas, não Amar faz pior.

7. Desistir atribui razões aos outros e retira-nos autonomia.

8. Acreditar alivia-nos do peso da realidade.

9. O Medo é um mecanismo de defesa que nos impede de viver plenamente.

10. Tolerar não implica aceitar mas, admitir que nem tudo pode ser mudado.

11. Amarmo-nos com base no que os outros pensam é doentio.

12. Quanto mais complicado mais interessante.

13. Normas existem para dosear a nossa liberdade.

14. Recaídas são fraquezas de quem não se sabe amar.

15. Solidão maior sente aquele que não se aceita e se acha diferente.

16. Dúvidas são atalhos para chegar à Verdade.

17. Envelhecer é um processo ingrato. Quando finalmente nos tornamos mais sábios para encarar a Vida, impedem-nos de Viver.

18. Crescer faz doer.

19. Vontade promove dinâmicas que desencadeiam acções, que por sua vez produzem resultados.

20. Cantar bem espanta Todos os Males.

21. Cantar mal espanta Todos os Males e também a freguesia.

22. Viver sem ânimo rouba-nos qualidade de Vida.

23. Perder vira derrota quando nos deixamos afectar e o encaramos como uma facada no nosso ego.

24. Orgulho benigno é a defesa do que é Bom e sagrado em nós.

25. Orgulho maligno é a defesa de tudo aquilo que é Bom e Mau em nós e não abdicamos de o sujeitar aos outros.

26. Perder ou falhar são aproximações à perfeição.

27. Tentação é o desejo suprimido.

28. Beleza sem conteúdo agrada mas não convence.

29. Serenidade é o estado de quem aprendeu a não guardar a dor.

30. Saudade é o alerta para as nossas dependências afectivas.

31. Humor é a camada fina onde se alojam as emoções.

32. Riso e choro são duas expulsões emocionais antagónicas mas, altamente libertadoras.

33. Amizade sem dedicação perde eficácia.

34. Culpar os outros pelo que não souberam ser ou não puderam ser, não nos isenta de responsabilidades para com aquilo que provocamos.

35. Indiferença é o castigo dos nossos inimigos.

36. Vingança é o tributo aos nossos inimigos.

37. A Esperança recupera o que julgavamos perdido.

38. O silêncio aprofunda o que ficou por dizer.

39. Doçura é candura.

40. Tudo e nada expressam muita coisa.

41. Inteligência conjugada com esforço traz mais proveitos.

42. Sorria mesmo sem motivo, não tardará a saber porquê.

Mente Insondável



Baldwin apresenta-se ao grupo de profissionais em saúde mental do Instituto Lonliness, isolado na periferia de Londres e longe do epicentro cosmopolita londrino.
Sorridente mas, sem se deslumbrar com a recepção que o aguardava, impaciente por aplicar a sua implacabilidade clínica, suspira baixinho e enfrenta o veredicto do júri. Antes disso, dedicou-lhes umas breves palavras em sua defesa, tentando atenuar a sentença. Sua habilidade para comunicar e convencer, confirmavam a sua inteligência persuasiva. Impressionante é a forma como ele cria emoções que desconhece, de uma forma tão real e verosímil. Baldwin Spencer escapou do internamento prolongado e do isolamento, naquele espaço frio e decrépito, com cheiro a morte lenta.
Agradeceu a confiança na sua regeneração e despediu-se das criaturas ingénuas que o absolveram da sua loucura. Cada vez mais confiante no seu poder de camuflar evidências, retira-se vitorioso e mentalmente enfermo. Despistara todos os exames psicológicos e a perícia técnica.
O Tribunal determinou à cinco anos atrás a sua inimputabilidade e, por sugestão de um advogado de defesa astuto e bem pago, decretou o internamento de Baldwin na casa mental do condado de Yorkshire. Juntamente com seu defensor, encenaram o seu distúrbio mental e enfatizaram o seu registo criminal limpo e sem mácula, como prova de um desvario sem premeditações.
Isolado numa cela exígua, desprovida de alma, parca em conforto, funesta, acolhimento do silêncio absoluto, programada para acalmar os distúrbios da demência, não se deixa abater. Nos cinco anos de clausura, não só não aprendeu a mudar o seu comportamento como, não reconheceu o erro, nem mostrou arrependimento. Apenas fingiu.
A má decisão judicial podia ter resultado em amarga tragédia. Desta vez, Baldwin quiz ir mais longe na sua empreitada de malvadez. Estavamos perante um racista sexual. A raça feminina constituia uma raça a exterminar, num sopro só. Conhecia bem seu modus operandi. Primeiro seduzem com seu olhar, que se esquiva, cada vez que se cruza com o do seu alvo, demonstrando interesse para depois os descartarem quando suas emoções estão em brasa. São todas iguais.
Todas elas foram concebidas para maltratar. Queria acabar com o poderio feminino. Por onde recomeçar?
A vizinha Rose fora sua primeira vítima. Pagara as consequências da sua intromissão, que incomodou Baldwin. Não gostou das suas tentativas de aproximação e seus ensejos para o agradar. Desconfiou da sua bondade feminina, quando ela desviou o olhar e percebeu seu desconforto. Atraiu-a para dentro da sua casa com o pretexto de lhe agradecer a amabilidade com que o recebeu no condomínio. Após visita guiada ao seu cómodo apartamento, encaminhou-a para a varanda, com a promessa de uma vista da cidade digna de um postal.
Impressionada com a paisagem detém-se junto ao gradeamento de protecção e a pedido de Baldwin, confirma a chegada da chuva, estendendo a mão para o infinito. Desprotegida, balança e cai desamparada na calçada. Morte imediata. Baldwin finge preocupação e corre em seu socorro. Gritou por ajuda que não tardou em chegar e confirmar o óbito.
Essa foi a primeira experiência activa com a morte.
Sentiu prazer em desembaraçar-se da curiosidade daquela mulher desocupada e cansada da sua viuvez precoce.
A sua libertação permitia-lhe repetir a proeza, fazendo outras vítimas. Não faltariam nomeadas. Elas proliferam por toda a parte.
Apesar de ter sido absolvido, havia populares que não acreditavam na sua inocência e a permanência naquele lugar, onde tudo aconteceu, o colocaria sob suspeita. Partiu sem remorso para outras paragens, virgens em acontecimentos criminais relevantes.
A pequena cidade gaulesa de Sens foi a escolhida. Simpática e pitoresca, só podia ser albergue de Mulheres cheias de disposição em receber um turista rendido à novidade.
A estalagem Bonne Nuit acolheu-o num quarto single, com vista para a praça, ponto de atracção turística de Sens. Era perfeita para se perder na obscuridão da sua mente perturbada, que contrasta com a prezada calma daquele lugar, que privilegia o espiríto de comunidade e interacção social.
Baldwin nunca se quiz integrar em grupos, que sufocassem a sua liberdade e estranha individualidade. Orgulhava-se do seu estado de outsider porque o libertava da envolvência social e comunitária, dos afectos, das retribuições, da igualdade, das desilusões, da fraqueza humana. Dela aproveitava-se para cometer as suas atrocidades e defender a sua raça superior. Seus alvos eram as Mulheres carentes, marcadas pela rejeição, inseguras e emocionalmente instáveis. Aproximava-se com grande tacto para lhes apalpar o pulso e ganhar a sua confiança, garantia do seu domínio total e do prazer de as ver sucumbir a seus pés, implorando por clemência. Excitava-o vê-las a rastejar por misericórdia.
O esquema de conquista tornou-se num padrão e imagem de marca do seu modelo de actuação.
Valerie foi o próximo alvo de Baldwin. Mulher sociável, sobretudo com o sexo oposto, com o qual se deixava encantar facilmente e se, no caso, fossem forasteiros então maior era o seu deleite. Pobre Valerie. Caiu nas malhas apertadas de Baldwin que, não se permitia falhar.
Após ter sacrificado o seu corpo para dar prazer a Valerie, era a sua vez de ser compensado. Aguardou pacientemente que Valerie se entregasse ao sono, para imprimir sua força bruta com a ajuda da almofada, que a despertaria para a Morte.
Quando se preparava para agir foi surpreendido com a entrada brusca de dois agentes da Scotland Yard, que o impediram de satisfazer sua vontade mórbida. Valerie acordou sobressaltada e assustada com a intrusão. Mais surpreso ficou Baldwin com a visita inesperada e em sua defesa, tentou argumentar com a sua habilidade habitual para convencer, mas foi em vão. Os agentes conheciam bem as suas manhas, suas obssessões, seus ímpetos de malvadez. Sem saber, Baldwin tinha sido vigiado desde que abandonou Londres e um passado no minímo intrigante.

domingo, 10 de julho de 2011

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Gosto de gente simpática e sobretudo educada
Gosto de silêncio mas não muito
Gosto de esplanadas de Verão e de Inverno
Gosto de apreciar, sem ser notada
Gosto de gente que ousa quebrar com o conformismo
Gosto das manhãs livres
Gosto de pessoas, com as quais posso aprender algo
Gosto de pessoas autênticas
Gosto de uma boa conversa
Gosto de música ambiente
Gosto de pessoas com opinião
Gosto de desabafar o que sinto
Gosto de ser ouvida
Gosto de estar perto de pessoas que melhoram a minha disposição
Gosto de aprofundar
Gosto de me prender a um bom livro
Gosto de ver pessoas bonitas e que gostam de se cuidar
Gosto do cheiro intenso a café
Gosto de Chocolate
Gosto de boas sugestões
Gosto que me entendam
Gosto de me expressar
Gosto da diferença
Gosto de me inspirar num bom filme
Gosto de mentes abertas
Gosto de sacar a alguém uma boa gargalhada
Gosto que as pessoas se sintam acolhidas na minha presença
Gosto da liberdade para decidir sem pressões
Gosto que me saibam valorizar
Gosto de me emocionar
Gosto de ver Famílias Unidas
Gosto de ser um bom exemplo
Gosto de partilhar
Gosto de conhecer outras culturas e retirar o que elas têm de melhor
Gosto de provocar boas sensações
Gosto de ter tempo para mim
Gosto de cuidar de mim
Gosto que me transmitam confiança
Gosto de pessoas invulgares
Gosto de ver a maldade ser derrotada
Gosto de ver pessoas maldosas serem desmascaradas
Gosto que me peçam conselhos
Gosto de pessoas sensatas
Gosto da baixa mar para caminhar na areia molhada
Gosto de reanimar alguém em sofrimento
Gosto de saber que tenho o poder para reverter aquilo que não gosto em mim e à minha volta
Gosto de um bom abraço
Gosto de me sentir útil
Gosto de sentir que fiz o que era mais correcto
Gosto de ouvir a música da minha eleição em tom alto
Gosto de arrasar com pessoas preconceituosas e invejosas
Gosto de ser por vezes forte (nem sempre)
Gosto de boa companhia
Gosto de pessoas sensíveis
Gosto de saber que pensam como eu
Gosto de me sentir Feliz
Gosto de boas surpresas
Gosto de ver o bem triunfar sobre o mal
Gosto de ouvir histórias de sucesso
Gosto de pessoas humildes
Gosto da magia do Natal
Gosto de sonhar
Gosto de boas acções
Gosto de acabar o que comecei
Gosto que façam as minhas vontades
Gosto de sair da rotina
Gosto de aplicar bem o meu tempo e dinheiro
Gosto de ser saudável
Gosto de pessoas com bons princípios
Gosto de pessoas que não calam os seus sentimentos
Gosto de dormir bem e acordar melhor
Gosto dos finais de semana
Gosto de pessoas bem humoradas
Gosto de pessoas discretas
Gosto da novidade
Gosto de Destinos longínquos
Gosto de escrever quando me sinto triste e só
Gosto de gelado de morango
Gosto de pessoas com bom gosto
Gosto de pessoas, sem vocação para a inconveniência
Gosto de pessoas decididas
Gosto de TI, que sabes gostar de MIM.

Acordei o mundo

Najla tinha muita dificuldade em dormir. No seu entender, a vida podia acabar se se deixasse adormecer. Uma convicção implantada, desde a m...