sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

#Pensamento do Dia

Hoje está um dia gelado, porém soalheiro.
Promete bons acontecimentos.
Assim espero!

Pausa Reflexiva!

Sou obrigada a reverter este pensamento, pouco ou nada fortalecedor, para um outro.
Não esperes, vive!

Na verdade, nas nossas vidas existe uma alternância súbita e quase impercetível entre o bom e o mau. Faz-me lembrar aquele nevoeiro que surge sem avisar e se adensa muito rapidamente e ativa nossos alertas.
Nada é permanente. Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe. Já diz o ditado popular e com muita propriedade.
É ou não verdade que, estamos mais programados e preparados para receber o mau em detrimento do bom e, de cada vez, que temos oportunidade de viver bons acontecimentos, insistimos em espreitar por cima do ombro. Este gesto indica premeditação para o pior.
Chega a ser insana esta vigilância e suspeição permanente.
Não precisamos estar de costas para o mau acontecer, mas basta rodarmos ligeiramente noutra direção, para o bom se esvanecer e acabar por desaparecer, sem nunca termos gozado da oportunidade de vivê-lo.
Masoquismo é um eufemismo para definir esta renúncia à felicidade imediata.
Ah, espera aí felicidade, que estou a vigiar a porta, não vá o diabo tecê-las.
Este comportamento é a caricatura fiel do que acontece connosco e nós nem nos apercebemos.

#pensamentododia #gratis



   



quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Sem Ilusões

Aqui está ele, num tempo que não é o seu. Pelo menos, não o sentia seu.

Não lhe apetecia contrariá-lo. Não se sentia capaz para isso. Quem o via assim dizia que se tinha resignado. Não compreendiam e obrigavam-no a reagir.

Desistiu de querer porque, na verdade, também não sabia muito bem o que queria.

Quando sofres e esperas que passe rápido, porque não estás a aguentar mais, acabas só por esperar que tudo normalize e não há cabeça, nem coração para sair dali em busca de algo melhor. Nem sequer há forças para procurar seja o que for.

Para um sofredor, a normalidade é o melhor que pode acontecer. Ele inclusive acha que não está intitulado a algo melhor. O mais provável é acontecer o pior e isso torna-se num receio avassalador e a ele, num desistente sem causas.

Tentar de novo implica estar preparado e ele tem recusado sucessivamente esse repto. Já não sabe mais o que procurar para si e por si.

Acho que está à espera do inesperado, do fator surpresa, de se deslumbrar e escapar do seu estado catatónico.

Outro dia sentou-se num banco de jardim. Chovia copiosamente e ele ali, sem dar por nada, a esvaziar-se de pensamentos. Em volta, passavam pessoas apressadas, que nem valorizavam a sua perplexidade ao vê-lo ali, exposto àquele cenário alagado.

Nenhuma companhia teria a capacidade de melhorar o seu dia e quem se atrevesse iria sujeitar-se a viver aquele momento alto de vulnerabilidade e a ter de resistir.

Quisera ficar ali, a alimentar-se da mesma seiva das árvores e transpor todas as estações do ano com a mesma resistência das suas amigas de puro sangue verde.

Há sempre um caminho a seguir mesmo que em modo piloto automático e foi o que ele fez.

Seguiu sem ilusões, mas seguiu apesar das contrariações.




quarta-feira, 27 de abril de 2022

Esta miúda, não pode andar bem!


Esta frase ainda ecoa na minha cabeça. De tantas vezes proferida, acabou por ficar ancorada em mim.

Sempre que eu agia em discordância, era me devolvida esta mesma frase.

A certa altura, desenvolvi a crença limitadora que me fazia sentir uma menina diferente e isolar-me no meu quarto a ler em voz alta, ganhou o topo das preferências.

O isolamento trouxe-me benefícios na reserva de mim mesma, mas precipitou algumas fobias.

Vivia escondida, com medo de notarem a minha presença e não conseguir corresponder às atenções postas em mim.

Não sabia como agir, então, agia com agressividade se tentassem forçar a minha aparição ou participação. Carregava a crença da problemática e cada vez mais incompreendida.

Doces e livros eram o alívio de tudo isso. Aos doces ia buscar afeto e brandura e através dos livros, escapava da minha condição de mal-amada. Distraía-me com a riqueza artística das personagens e imaginava-me tão poderosa quanto elas.

Este foi o meu primeiro episódio relacionado com a saúde mental e, desde então, tem sido um tema grato e sensível.

Revisito esse período que ditou o meu crescimento. É inevitável!

Contudo, continuo a travar batalhas interiores que me fazem questionar e procurar recursos internos e externos para não regressar às crenças antigas e refugiar-me uma vez mais na tristeza.

Por vezes é necessário silenciar o que sentimos e lembrar do que merecemos.

Os Amigos Imaginários, a série espanhola Verão Azul, os Livros de Enid Blyton, a Glória Pires e suas personagens, as novelas brasileiras no geral, a música das Divas dos anos 80, ajudaram no período da adolescência a secar minhas lágrimas e fazer-me sorrir de esperança.

Todos os Verões, nas férias escolares, Bea, Desi, Javi, Pancho, Piraña, Quique, Tito, cada um na sua bicicleta, exploravam lugares, sentimentos, desilusões, aventuras, conquistas, gozavam da liberdade de ser em pleno na Costa Sul espanhola.

Hoje, bem mais velhos, muito provavelmente, essa capacidade própria da puberdade perdeu-se e talvez seja mais difícil relativizar o seu estado e viajar para um mundo melhor, ainda que, por breves instantes.

Curiosamente, lembro-me de mascar pastilhas elásticas da marca gorila e insuflá-las numa bolha de ar gigante até rebentar na minha cara, deixando uma frescura a mentol. Eu achava divertido e repetia-o incessantemente.

Cada bolha de ar que rebenta representa aquilo que precisa ser destruído para poder avançar com leveza e alegria. É esse o grau de importância que dedico à saúde mental.

É caso para dizer que, a miúda do passado é a mesma miúda sensível e ansiosa que teve de sair do seu quarto mágico, com as pastilhas elásticas no bolso, as unhas roídas, assustada e receosa.

Perseguida pelo espírito e voz do passado - Esta miúda, não anda bem! – precisei de recorrer a ajuda e ainda bem que o fiz.

E concluí que, esta foi a maior demonstração de amor próprio.

A desarmonia de emoções que a lembrança dessa voz me provocava fez-me viciar em pastilha elástica, em livros de autoajuda e em terapias comportamentais efetivas.

Afinal, não podia ficar no quarto a Vida toda. Se bem que de vez em quando é uma tentação.

Se a ignorância falasse iria rotular esta minha vontade de procrastinação e estigmatizar-me, mas ela nem sabe quem eu sou e porque sou assim.

Assobio à ignorância, mas não assobio à saúde mental!

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Estabelecer Prioridades


 

Caí no erro de comentar no clube onde pratico desporto, que preciso de emagrecer para obter mais agilidade e flexibilidade e não acusar cansaço tão prematuramente.

De repente, nascem duas nutricionistas e um naturopata, licenciados nas suas próprias evidências e crenças.

Gente, eu estava apenas a desabafar alto como quem desabafa quando está frio ou ameaça chover.

Não esperava que dissecassem o tema.

 

Definitivamente, a culpa foi minha por ter partilhado e não estar preparada para o retorno.

Eu própria já agi assim. Devolvi o que resultou em mim numa tentativa de ajudar.

Chegou a minha vez de pagar tamanha ousadia.

 

Chega-se a uma certa idade e temos de fazer abstinências.

Recorrer a inibidores de apetite.

Praticar exercício físico intenso.

Contrariar todos os diagnósticos.

Enganar a fome.

E por aí fora.

 

Opiniões nada nutritivas.

 

Regressei ao carro mais pesada do que nunca.

Muito provavelmente, devo ter ganho no percurso 10kg.

Nem a cabeça conseguia erguer.

 

O que faz mesmo, mesmo falta é Motivação para lidar.

Não são os detox, os jejuns intermitentes, os personal trainers, os nutricionistas, os naturopatas, as ampolas de emagrecimento, as mezinhas, os trails, as dietas líquidas ou as dietas em meia dúzia de passos, as greves de fome, que hão de me levar a cumprir o meu objetivo, se não estiver motivada e com o foco no meu bem-estar pessoal. Poderão vir a ser uma opção, mas não se promovem sem a minha vontade.

O melhor indutor das ações que queremos empreender em nós é a Motivação.

Era tudo o que eu merecia ouvir naquele instante.

Tudo o resto só me fez engordar ainda mais.

Devo satisfazer os meus caprichos alimentares, saciar minha gulodice e ganhar dor/peso na consciência por assistir o corpo sucumbir com o meu consentimento?

 

Devo privar-me daquilo que mais gosto e me faz mal e resistir para vir a ganhar a longo prazo saúde, bem-estar físico e gostar da minha imagem?



?Qual destes cenários pesa mais?

 

A dor de me ver ao espelho em mau estado ou a privação de calorias doces e salgadas e demais alimentos processados?

 

Racionalizar o problema

Tomar uma decisão consciente.

Agir com sentido de compromisso

Motivação e Foco para perseguir o objetivo principal e encolher o problema até ele desaparecer e deixar de causar incómodo.

Usufruir dos benefícios e dar continuidade para promover maior bem-estar.

 

A Motivação resulta daquilo que escolheu priorizar uma vez racionalizado o problema.

 

Estabelecer Prioridades ajuda-o a alinhar-se e a desenvolver motivos pelos quais lutar e manter-se motivado.  

quarta-feira, 16 de março de 2022

DECEIVE DEATH


Quando a Morte nos afaga como uma carícia

Se apodera de uma realidade que não escolhemos,

Nem sequer tivemos opção de recusar,

Fazendo-nos acreditar que é a melhor

E única solução para nós.

A Guerra não devolve

A Guerra retira tudo 

A Guerra castiga os inocentes e premeia os culpados

A Guerra impõe

A Guerra explora o pior dos Homens

A Guerra destrói

A Guerra deixa marcas dolorosas e eternas

A Guerra é o vício dos cobardes

A Guerra aproveita-se das mentes frágeis

A Guerra propaga a dor entre os que odeiam e os odiados

A Guerra separa

A Guerra mata o futuro  

 

quinta-feira, 3 de março de 2022

A Vida é mesmo assim


Tristeza Vem

Tristeza Vai

O Tempo não contrai

Avança sempre

Só tens que acompanhar

E esperar que a Tristeza vá e não volte

A Vida é mesmo assim

Sofrimento e Alegria convivem alternadamente

Ambas contribuem para o nosso Crescimento Pessoal

Porém com pesos diferentes

Queixar é morrer lentamente

Estás a renunciar viver apaixonadamente

Estás a virar as costas às duras batalhas

As tais que proporcionam as melhores superações

E nos dirigem ao jardim dourado das boas sensações

As marcas do desgosto são dominantes nos rostos insatisfeitos

Não te excluas

Algo de Muito Bom te está reservado

Avança sempre 

Não lamentes

Segue firme e confiante

Não caias no descontentamento.






quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Against all odds


As probabilidades por vezes viram fatalidades, o que torna os cenários seguintes muito complicados. Apesar de presumirmos que possa estar para breve, não realizamos que o tempo passa muito rapidamente, principalmente, quando não lhe damos o devido valor e, de repente, ficamos arrasados por não termos entendido os sinais e empreendido encontros, manifestado interesse, correspondido mais, amado mais, marcado presença consciente e intencional, prestado assistência, ganho maior proximidade e afetos, aproveitado a vida para amar e ser amado.
Sem darmos conta já é tarde de mais.
Sei que não gostaria de partir com o coração magoado e ressentida. Quando chegar a minha hora, quero partir em paz e serena. Porém, não sei se irei a tempo de o fazer ou o conseguir. Há uma estoica resistência para abdicar das nossas dores e motivos, ainda para mais, se estamos perante uma realidade que insistimos em prolongar e votada à permanência.  
Há diálogos que nunca chegam a ser realizados, isto porque, a vontade procura razões para justificar essa entrega de tempo e precisa ser habilmente convencida a agir contrariamente aos motivos que estão na origem do afastamento imposto ou necessário. No entanto, a dor, essa impetuosa dor, não permite experimentar e sentir amor. Amar implica vulnerabilidade e existe uma probabilidade de vir a sofrer novamente. A margem para acreditar nessa repetição de acontecimentos é maior, o que torna a crença numa reconciliação inconsistente.
Digamos que, é necessário uma decapagem dos ressentimentos acumulados e dissuadir o nosso eu empedernido a baixar a guarda e ficar em paz.
A dúvida, nestes casos, consegue ser arrasadora.
Afinal, tem tudo para correr mal.
Ainda que remota existe a probabilidade de correr bem e tudo se compor e, nesse caso, os ganhos serão enormes e avassaladores. Para que isso aconteça, ambas as partes terão que querer arrumar o assunto e avançar. Terão que em conjunto encontrar uma forma de recuperar o respeito e a confiança perdidas, para que haja bom entendimento. Algo que não é automático e requer compromisso.

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Não pertenço aqui mas sou uma presença aqui.

Não pertenço aqui mas sou uma presença aqui.
Dá para entender? 
Muitos saberão do que falo.
Melhor ainda, muitos estão a sentir, neste preciso momento, aquilo que quero dizer.
Habituados ali estar e, principalmente, a habituar os outros à sua presença e que esta será para sempre, até sermos velhinhos.
Tal qual aquele miúdo cumpridor, porém inquieto e que suspira pelo toque para o recreio, para se libertar da repressão diária sentida e gastar energias em algo mais prazeroso, o mesmo também lhe acontece a si e eis que chegou o momento de correr para o recreio e dar uns pinotes valentes.
O que é que me havia de dar agora.
Questionar o modo de vida ao qual eu sempre me propus.
Devo estar a ficar sensível perante as contrariedades quotidianas que, por acaso e nos últimos tempos, têm sido sempre as mesmas.
Qual a novidade?
Convivo com elas todos os dias e todas elas
têm o nome que, curiosamente, está também estampado no tapete à entrada do edifício, que me acolhe à vinte anos e uns trocos, lá prós lados de S. Mamede do Esgotamento. 
Não se aflija!
A sua estranheza a este comportamento súbito de contrariação é perfeitamente normal e espectável.
O seu cérebro não está avariado, nem prestes a avariar.
Está apenas a exercer o contraditório.
O seu cérebro não ignorou a sua insatisfação e promoveu diálogos internos, não para o confundir, mas para o ajudar a mover ações para sair desse estado.
É a sua oportunidade de emergir!
E se hoje for a última vez que pisa aquele tapete?
Que sensações lhe provocariam?
Que benefícios lhe iriam trazer?
O que faria no momento seguinte e que já não faz à muito tempo por não haver oportunidade?
Já imaginou?
Continue a imaginar e quando a despedida se impuser e trespassar a porta automática do edifício e a brisa fresca o beijar, saiba que não estará só e os seus irão agradecer.

 
 






segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Não me interrompas, por favor!

Quero me ir embora!
Esta frase invade os meus pensamentos sem o meu consentimento. Tem tanto de inoportuna como de inconveniente.
Não sei de onde ela surgiu e o que ela me quer transmitir.
Será que me está escapar alguma coisa?
Eu já escapei várias vezes e em diferentes situações.
Todas elas atingiram limites que comprometeram a minha felicidade e bem estar.
Felizmente, soube parar antes de aceitar que aquilo era o melhor para mim e deixar que se transformasse em algo permanente e definitivo. 
Nem tudo é aceitável. Principalmente, quando mata o melhor que há em nós e nos faz definhar.
Provavelmente, deveria ter parado muito antes disso mas, a culpa envolve e domina as nossas ações. Ela pesa sobre as vítimas e nunca sobre os agressores.
Tudo começa por uma espécie de rejeição que vai inchando até rebentar numa manifestação de total repúdio e que acaba na deserção.
Porém, desta vez, não sei o que me possa estar a incomodar para eu desviar o meu pensamento para a repetição de uma vontade que eu nem sequer manifestei mas que, discorre como se de uma certeza se tratasse.
Se calhar até sei mas, por enquanto, os elementos que disponho não são clarividentes e a decisão de me afastar seja do que for seria, no mínimo, precipitada.
O facto de, no passado, ter sido uma vontade em conflito, pode ser que seja algo que ainda me atormente pelos danos e superações provocadas.
Às tantas, criei um alerta de segurança com avisos de aproximação de perigo, que me convoca a  desenvolver desconfianças e recuar.
Seria inconsequente da minha parte reagir, antecipadamente e sem motivo, para evitar sofrimento e assim interromper o curso da vida.
No entanto, não posso ignorar este sinal. É assoberbador.
Mau Estar ou Necessidade de Mudança?
Qual deles exerce maior interferência na manifestação desta vontade?
Terei de perceber.
Entretanto, vou viver mais um pouco e deixar que aconteça o que tiver de acontecer.


 

 

terça-feira, 27 de julho de 2021

Demasiado óbvio é chover no molhado


Demasiado Óbvio, estabelece um corte com o imaginário e sua mestria para produzir efeitos surpreendentes.
Não há margem para progredir noutros sentidos.
O sentido é único e a evidência é chapada.
Não há surpresas.
Não há gastos de energia em manifestações de surpresa.
Não há suposições, nem divagações.
É notório mas, está longe de ser notável.
Não precisa de apresentações.
Repete uma evidência.
É dado adquirido.
O desafio está em romper o padrão do óbvio e criar algo inesperado que também faça sentido.
Faz sentido?  
 











Acordei o mundo

Najla tinha muita dificuldade em dormir. No seu entender, a vida podia acabar se se deixasse adormecer. Uma convicção implantada, desde a m...