domingo, 3 de novembro de 2013

Um Novo Eu

Porque caímos em tristezas profundas e paralisantes, que nos arrastam para o isolamento? Por mais razões que tenhamos para nos sentirmos assim,  temos que remexer na dor e  decompô-la em situações, episódios, momentos, atos, palavras, omissões, ofensas sentidas mas nunca verbalizadas. Em vez de interiorizar a dor devemos exteriorizá-la sem receio de expor a nossa fragilidade e vulnerabilidade. O fingimento alimenta essa dor e favorece a passagem das recaídas emocionais. Quem se sente sempre bem, sorri constantemente, solta simpatia indiscriminadamente, se presta a moralizar e motivar os outros, nunca se lamenta nem tão pouco se manifesta, está seguramente a fingir. A inconstância faz parte da génese humana. Ela é a responsável pelas revisões que se impõem em diversas fases da nossa Vida. Essas revisões são provavelmente o que nos mantém à tona e não nos deixam colapsar. Aceitar sem nunca contrapôr está a reprimir sua inteligência, seus sentimentos, sua interpretação, seu juízo, sua vontade e por conseguinte a anular-se. Quem procede assim está a carregar a dor e a fazê-la inchar até se tornar insuportável. Certamente seria mais fácil não sentir mas se assim fosse seríamos desprovidos da felicidade ou das sensações de felicidade. Somos bem mais fortes do que julgamos. Só precisamos de nos libertar da culpa e acreditar que merecíamos melhor e que esse alguém ou esses alguéns que não corresponderam enquanto pessoas importantes na nossa vida é porque não souberam amar e infelicidade a delas por não saberem o quanto ficaram a perder.
Podemos não recuperar o que éramos mas podemos sempre construir um novo eu, mais autêntico, mais disponível para amar, mais forte, mais espiritual, mais livre.
Quem procura o amor de estranhos para se sentir incluído e deixa que eles os julguem torna-os emocionalmente dependentes e insatisfeitos. A maior garantia de Amor é amarmos-nos. 
Quem nos ama verdadeiramente está sempre atento a nós, os outros, são estranhos e agem como tal, não guardam memória nem afetos apenas se cruzam connosco por aí.
Quem ama não se esquece de nós e sofre connosco e mesmo quando se sente renunciado em favorecimento de estranhos não deixa de amar. 

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