quarta-feira, 17 de abril de 2024

Escassez de "Nabeiros"

 

Estamos a caminhar a passos largos para uma escassez de “Nabeiros”.

É preciso ainda mais empreendedores, responsáveis de negócios, empresários, donos de indústrias produtivas e transformadoras, empregadores, visionários, homens e mulheres com iniciativa para criar e entregar valor, impulsionadores de ideias, o que lhe queiram chamar.

As conjunturas atuais vão sendo cada vez menos favoráveis à criação de empresas de uma certa dimensão e com um grau de responsabilidade elevado. A incerteza é o principal fator dissuasor.

Se dantes havia muito com que nos preocuparmos, atualmente, mais ainda. As guerras regressaram, com elas a escassez de produtos e recursos, o seu encarecimento, a fome, a alta taxa de mortalidade, a baixa taxa de natalidade, o envelhecimento populacional, a deflorestação, a contaminação, as pragas, os incêndios, as cheias, os novos vírus epidemiológicos, os golpes de estado, as quedas dos governos, a corrupção crescente, a dependência financeira, os lobbies, corrigir injustiças salariais, a obrigação de cumprir com as normas e políticas europeias, o pacto de estabilidade e crescimento, os critérios de convergência, a carga fiscal pesada, as oscilações das medidas governativas, a burocratização e centralização do poder, a crescente pressão tecnológica, a invasão da inteligência artificial, os ciberataques, a volatilidade dos mercados, as mentalidades emergentes e o seu impacto nos negócios e nas nossas vidas. Tudo conspira contra o sonho de criar algo nosso, com benefícios internos e externos.

É cada vez mais evidente o quanto isto é efémero e cresce a desmotivação de empreender algo duradouro e permanente.

Se houve algo que o ano 2020 nos ensinou é que imprevistos acontecem e temos de estar preparados.

 

Enquanto familiar direta de um empresário, desde cedo, senti na pele, o quanto custa manter e prosperar um negócio. Há muitos riscos e perdas envolvidas.
O empresário tem momentos de solidão e angústia que ninguém parece entender, a não ser os próprios.

A fibra do empresário deste século e dos séculos vindouros, não se pode revestir de excesso de confiança, excesso de trabalho, uma só palavra, vaidade desmedida e muita fé. As rezas e ações terão de ser outras.
O empresário vingador é aquele que humaniza a sua organização e descola-se da rigidez do seu papel de gestor de negócios.

Há cada vez mais fatores externos a ameaçar abalar o sistema empresarial vigente e a ditar desvios e tendências à velocidade da luz, o que quer dizer que, ou te adaptas e acumulas vantagens competitivas diferenciadoras, ou morres.

Nem todos podemos ser “Nabeiros”. Porém precisamos, urgentemente, de homens e mulheres com a vontade, a disponibilidade, a abnegação, a preparação e as capacidades certas, para lidar com os desafios e adversidades atuais, para dar continuidade aos negócios e fazê-los crescer.  

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