quarta-feira, 24 de abril de 2024

O Desporto enquanto afluente

Amo ver desporto. Não me rendo a todas as modalidades, mas são muitas as modalidades às quais me rendo.
Desde muito nova que, cultivo este interesse e uma das minhas mágoas é não ter cultivado a prática de uma dessas modalidades, com a mesma intensidade e felicidade, com que as assisto e, poder dizer ao meu filho que, competi por uma equipa, um clube, uma nação.
Sempre fui coordenada, ágil, flexível e com resistência física.
O que impediu a minha progressão ou passagem para uma vertente competitiva?
Com o distanciamento da idade, percebo agora que faltou disciplina, dedicação e espírito competitivo. Para além disso, também sentia que havia excesso de protagonismo e vaidade da parte de algumas atletas, que me faziam sentir uma formiguinha desviada do seu carreiro.
A minha muralha emocional, naquele tempo, era muito baixa e frágil, bastava um risinho escarnoso para me remeter ao isolamento.
Sei que o desporto me poderia ter salvo de alguns contextos e me erguido nos seus ombros largos e fortes. Naquela época, teria sido reconfortante sentir-me acolhida e importante.
Em alternativa, desaguei na escrita e foi dessa forma que me libertei. De certa forma, quem me salvou foi a escrita, embora num modo lento e discreto.
Ultimamente, vingo-me a jogar raquetes de praia, no chão de areia húmida, juntinho ao mar e só paro, quando o adversário dá sinais claros de desistência. Venço-o pelo cansaço e socorro-me dos meus inúmeros recursos. Inclusive, já angariei alguns espectadores aleatórios e muito atentos.
A Vida não me fez desviar totalmente do desporto, ora como espectadora, ora como praticante, se bem que, com algumas intermitências. Continuo a manter-me próxima dele e a sentir que, nos seus ombros largos e fortes, me ergo de confiança.
 

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