quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Algumas Irritações

  

Bancos Altos de Bar

Sinto-me uma mostrenga a subir para um desses bancos do além. Sou alta e não tenho um ângulo privilegiado de pernas que me permita saltar para cima de um desses canastrões de madeira, sem falhar o alvo. Além do mais, não me entusiasma estar mais próximo do teto e desafiar a gravidade que vai, seguramente, resultar em dor.

 

WC estreitos

Quando comes mal, o serviço é péssimo e ainda levas com um destes na rifa. É o trinómio perfeito para lhes partir a montra, ao estilo dos membros da ETA. Inclusive, perdi a conta às vezes que saí cheia de contusões e perfumei-me de hirudoid, como se fosse protetor fator 50+.

 

Caras de cú na caixa  

Prontas para estragar nosso dia e com a metralhadora carregada de maus modos. O pior disto tudo, é que no meu entendimento, uma atitude destas é, claramente, maldade gratuita e apetece-me revidar, ainda para mais, quando sei que me preocupo em ser gentil e compreensiva, para com quem está a trabalhar e a ganhar o seu ganha-pão. Ativam o meu lado selvagem.

 

Trocas no período de Natal

Nunca encontro o meu tamanho e se desvio para outro artigo, na tentativa de ganhar mais opções ou não é do meu agrado ou alguém toma a iniciativa de se juntar a mim e perseguir os meus gostos, encurralando a minha vontade de concluir a troca.

 

Considerações à mesa que matam o teu apetite

Sabem aquelas pessoas que colocam defeitos em toda a comida que é servida fora de casa? A comida até te está a saber bem, estás a desfrutar do momento e alguém resolve trazer suas notas pessoais sobre a forma como lhe está a saber, que por sinal é má. Saem das refeições a queixar-se da azia e eu, de tê-las ao meu lado.

  

Quando te deixam as asas

Quando isto acontece, prefiro ligar a torradeira e torrar pão. Asas não trazem conforto e eu adoro comida de conforto. Inibem a minha vontade de comer e aumentam a vontade de odiar as pessoas que me fazem isso.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Tabela de preocupações

Zero preocupações, traz muitos perigos.
Acordei esta manhã com este pensamento - zero preocupações traz muitos perigos.
Será que é possível ter zero preocupações?
Neste mundo?
Provavelmente, só os psicopatas desprovidos de consciência, gozam deste estado de despreocupação total. O resto dos mortais vive ansioso, logo, preocupado.
Até mesmo parados, em descanso, nunca abandonamos o nosso estado de vigilância, fio condutor das preocupações latentes.
A consciência da nossa realidade, o nosso papel no mundo, as nossas responsabilidades, as ligações que criamos, os compromissos estabelecidos, os atrasos, as perdas, as renúncias, as ilusões e desilusões, humanizam-nos. Tudo isso ocupa espaço e arrumá-lo, da melhor forma, para que tudo caiba sem desconforto, gera muita preocupação.
Os psicopatas não desenvolvem esse tipo de ansiedade, nem somam preocupações reais.
O perigo de contrair zero preocupações é, mesmo esse, deixamos de ser pessoas com sentido de humanidade.
Viver bem é cuidar do que nos humaniza e esse cuidado, implica lidar com preocupações existenciais.
Preocupemo-nos em viver, bondosamente, bem.


segunda-feira, 18 de novembro de 2024

O ato de viver

Quando somos crianças, viver é uma prioridade. À medida que crescemos, banalizamos o ato de viver.

Gastamos tempo, em vez de viver.

A urgência das crianças em viver é uma declaração de felicidade comovente.

Adultos e crianças têm urgências diferentes. As crianças precisam tocar para sentir e os adultos precisam conquistar para sentir.

A vida entregue a  diferentes pulsações e batimentos, assume diferentes níveis de importância e modos de participação e nem todos estão sujeitos aos mesmos esforços e provações e se para uns, viver implica contrariar um destino traçado, para outros, basta corresponder a um legado que os enche de confiança e orgulho.

Parece que nunca estamos completos, por mais esforços e desvios que façamos, para alinhar com aquilo que vemos funcionar nos outros e achamos combinar com felicidade.

Aquilo que nos assombra e nos paralisa, não os incomoda e sublinha a sua superioridade humana.

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

"Num mundo de cegos quem tem olho é rei"

A seguir ao atentado às torres gémeas, este é o pior acontecimento do ano nos Estados Unidos da América e que promete abalar o mundo.
Ainda não eram 8 da manhã em Portugal e Trump já cantava vitória. 
O mundo aos pés de um déspota republicano, com cadastro criminal, que afirma devolver aos americanos, a América gloriosa de outros tempos. 
Um homem fácil de odiar, por tudo aquilo que ele personifica, a quem os americanos depositaram o poder de decidir o que fazer das suas vidas, nos próximos quatros anos.

Kamala não soube seduzir a América ou dizer aquilo que os americanos queriam ouvir. 
Pelo contrário, Trump estudou muito bem o seu eleitorado, a forma como podia propagar a sua mensagem e conquistar mais votantes.

Ganhou o candidato com o melhor pitch.

E agora?

No epicentro das preocupações mundiais estão a invasão da Rússia na Ucrânia e o Conflito entre Israel e Palestina, que desencadearam duas grandes guerras, motivadas por disputas territoriais.

Benjamin Netanyahu e Vladimir Putin, a liderar estas duas guerras às portas da Europa, a proximidade entre Benjamin e Trump, a desconfiança de Putin relativamente às intenções de Trump, as deslocações forçadas das populações dos países em guerra, o fluxo crescente de migrações e o fecho das fronteiras, precipitam cenários nada auspiciosos. 

A liberalização do acesso ao porte de arma e o aumento da criminalidade.

As tarifas que Trump quer aplicar às importações, não só vão abalar a economia global, como encarecer os produtos nas prateleiras e colocar os americanos em grandes apertos.   

O esmagamento das minorias sociais.

A concentração do poder e a tentação de tirar aproveitamento dessa condição. Algo que Trump domina na perfeição.

Agora é a vez de Trump recompensar os amigos influentes com medidas protecionistas dos seus negócios, atribuir cargos públicos de destaque aos seus aliados, favorecer os parasitas do poder.  

A objetificação das mulheres.

O desrespeito pela imprensa, pelos jornalistas, pela liberdade de expressão.

Uma hecatombe de problemas ameaçam abalar o mundo.

Saramago previra esta cegueira generalizada e contagiante.











Acordei o mundo

Najla tinha muita dificuldade em dormir. No seu entender, a vida podia acabar se se deixasse adormecer. Uma convicção implantada, desde a m...