Criei a teoria, baseada em factos reais que, o companheiro para a Vida Toda é aquele que nos sorteia com uma sogra, com a qual nos possamos entender. Caso contrário, será um amor sem futuro. O poder das sogras é gigantesco. Um truque para perceber com que sogra estamos a lidar é: assim que a conhecer, manter-se calada e observar sorridente. Se respeitar o seu silêncio e sua privacidade, então há caminho para percorrer juntas mas, atenção, se ainda não teve oportunidade de falar com seu companheiro sobre o assunto não apresse conclusões. Por vezes, aliás, a maioria das vezes, as sogras usam os filhos para manifestarem seu descontentamento e turvam a imagem que estes tinham como certa das suas companheiras. E porquê? Homens inseguros, procuram nas suas companheiras uma cópia das suas Mães. É um complexo de identidade.
Nunca mas, nunca, o questione sobre o que a Mãe dele achou de Si. Podem acontecer duas situações: ser vago na explanação e sua astúcia feminina a levar a concluir que, afinal os sorrisos e a forma respeitadora como a tratou não foram sinceros ou deixar escapar algo que, a mãe tenha dito a seu respeito que, a leve a pensar no quão ela é apressada a fazer juízos de valor. Acima de tudo, deve estar seguríssima de Si mesma.
O ideal seria nem chegar a conhecê-la. Acontece que, com a chegada dos netos essa possibilidade esvai-se. A partir daí, tudo piora. Jamais se enquadrará nos seus cânones de perfeição.
É neste preciso momento que, o recurso à meditação e ao Yoga e em, casos mais difíceis, a um psicoterapeuta, para a ajudar a lidar com a hecatombe de emoções que uma relação desta natureza oferece, se torna urgente.
Os domingos jamais serão os mesmos.
Está aberto o duelo entre duas vontades. A vontade que o domingo tarde em chegar e a vontade que ele acabe rapidamente.
Uma característica das sogras é revelarem-se muito opinativas e emitirem sua opinião como se tratasse de uma verdade inquestionável. Se discordar, o diálogo morre e a tensão aumenta.
Os comportamentos, a maneira de estar, o sentido crítico, o sentido estético, as preferências, as opiniões, os hábitos, o que consome, o que não consome, o que come, o que gasta, o que não gasta, como ocupa o tempo, os acontecimentos que partilha inocentemente, até os presentes que lhe oferece nas ocasiões especiais serão escrutinados, suas frases retiradas do contexto e tudo o resto serve para atacar. Basicamente, as noras existem para servir seus filhos e seus netos. Não lhes são toleradas vaidades ou caprichos, para isso ficariam eternamente solteiras (em linguagem de sogra, encalhadas). Parece até que, se têm de justificar pela forma como agiram e provar que não o fizeram em prejuízo de ninguém, nem no sentido de se privilegiarem a Si próprias.
Está declarada a guerra.
O maior medo das noras é, com esta convivência prolongada (até que o casamento dure), replicar os mesmos comportamentos, quando forem elas a assumir o papel de sogras. Por mais que se desviem da linha de pensamento das suas fiéis inimigas será que acabarão como elas, autênticas stalkers?
Está gerada a confusão mental.
Por isso é que se torna determinante estarem absolutamente confiantes e seguras de Si mesmas, para que não percam o equilíbrio. Ainda assim, nenhum amor sobrevive a esta jihada radical das sogras em perseguição das noras.