Fala-se tanto em Crise e pior fala-se numa Crise Mundial sem precedentes. Os Chefes de Governo anunciam medidas austeras que implicam uma inevitável descida do nível de vida da classe média. A Crise tem sido um estandarte convenientemente invocado para justificar maus resultados ou falta de iniciativa, que tem conduzido à inacção geral. Paralisamos cada vez que esse vocábulo de cinco letras é proferido e, não são raras as vezes, em que este é aplicado em contextos diversos.
A força desta palavra tem sido tão devastadora, que eu atrevo-me a propor aos nossos dirigentes políticos a sua irradicação de todos os dicionários, manuais escolares, boletins económicos, wikipédias, relatórios, livros, cabeçalhos, notas de rodapé, anotações, apontamentos ou quaisquer subliminares chamadas de atenção para o estado em que nos encontramos.
Se mesmo assim esse palavrão continuar a ser usado como pregão, apesar da sua proibição então, nesse caso, teremos que abafá-o com um som tão estridente que os faça arrepender de ter ousado reproduzi-lo.
Crise tornou-se uma obssessão incapacitante e atrofiante, que ecoa por todo o lado. Se destronarmos o título desta palavra e trocá-la por outra mais leve, mais soft, menos catastrófica, retirando-lhe essa qualidade de Queen of Drama, então teremos algum sosssego e ânimo para sair do negativo.
Em vez de Crise chamemos-lhe Susto. Soa menos definitivo. Susto pode indicar alerta para reagirmos depressa e bem. Por mim fica Susto. Deste modo, consigo acreditar num futuro melhor para mim e para as gerações seguintes.

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